Ultimo dia de um ano a terminar

Começamos o ano 2022 a metermo-nos no carro a caminho de Fátima. Devo dizer que apesar do estado caótico do mundo, este foi um ano abençoado para nós família pequenina e comum entre tantas. Dar-se o meu desemprego foi algo demasiado importante para a minha saúde mental, pelo que acabou por ser um acontecimento feliz. Mesmo as birras da minha filha que apenas cresce e eu cresço com ela, mesmo as minhas diferenças com o meu Luís que são só o aprender a ser mais tolerante com as fases de vida do outro, foram felizes. Porque estivemos sempre juntos e só por isso tudo foi mais fácil em 2022.

Gostaria que 2023 trouxesse mesmo boas surpresas, contra prognósticos e profecias. Não só na Ucrânia mas em tantos outros lugares do mundo, seria tão bom que houvesse algum consenso para tornar possíveis acordos de Paz. Há demasiados seres humanos em sofrimento para que a passagem a 2023 seja feita só de desejos pequeninos e meus.

Bom Ano.

A minha menina

Hoje encheu-me o coração. Num parque infantil cheio de miúdos possuídos, ela tão feliz a trepar o insuflável para entrar no labirinto, quando de repente me apercebo de uma menina a bater-lhe, do nada, sem sequer terem falado. A minha filha apenas olhou para mim e disse calma e serena:

- Mamã, porquê que esta menina está tão zangada? 

Demoveu a outra criança sem sequer falar com ela, sem lhe bater, sem praticamente reagir. A minha filha é rabina e alegre e traquinas connosco em casa, mas pé fora e ela não percebe nadinha de violência, nadinha de inveja, nadinha de competição. De uma nobreza que me comove.


A magia extraordinária de todas estas coisas: das imagens da minha Lanzarote querida, das saudades de um para sempre inigualável Saramago - humano e recolhido -, de beber a sorvos saber de um Amor assim.

Leituras para 2023

“Como a negligência moral está crescendo em alcance e intensidade, a demanda por analgésicos aumenta cada vez mais, e o consumo de tranquilizantes morais se transforma em vício. Por conseguinte, uma insensibilidade moral induzida e manipulada se torna uma compulsão ou uma “segunda natureza”: uma condição permanente e quase universal – e as dores são despidas de seu papel salutar de prevenir, alertar e mobilizar. Com as dores morais aliviadas antes de se tornarem verdadeiramente perturbadoras e preocupantes, a teia de vínculos humanos tecida com os fios da moral torna-se cada vez mais débil e frágil, vindo a descosturar-se."

 Zygmunt Bauman e Leonidas Donskis, in Cegueira moral

Esta semana na baixa da cidade havia uma banca a vender totebags com umas frases a denegrir o Natal, nunca tinha visto tal coisa. Não achei bonito, nem de bom tom, nem moderno, nem coisa nenhuma. Isto só para dizer que eu farei sempre parte da outra equipa, a dos que mesmo sofrendo preferem vender o amor a alegria e a beleza. A coincidir com este episódio insólito, li um texto que partilho convosco, cheio de sensibilidade, bondade, leveza, inteligência emocional. Daquelas coisas mesmo boas para se ler antes de acabar o ano:

 Direitinho ao coração

A propósito do ultimo post

Levar comigo para 2023 a grande expressão do Frei Bento Domingues, que pode fazer toda a diferença na nossa vida e na dos outros:

O quê que posso fazer para a/o ajudar?

Praticar isto de forma sincera e desinteressada.

É curioso como queremos algo tanto tanto, que por não acontecer, chega o dia em que simplesmente deixamos de querer.

(...)

E nesta dor de corno, de cotovelo, de miolo e do que mais houver, ainda levo com um mundo de impossíveis a rondar o futuro. A Saúde Mental é uma preocupação muito bonita e até suspeito que a minha tem possibilidades de vir a ser a profissão do ano em 2023, mas para já a Psicologia neste país vai-se fazendo  sustentada por estágios profissionais - para os quais não cumpro critérios porque já estou velha - por estágios suportados pela medida Ativar - para os quais também não cumpro critérios porque não sou desempregada de longa duração - , a recibos verdes, a tempo parcial, com horários completamente incompatíveis com a Maria, com obrigatoriedades como carta de condução e viatura própria etc etc. Estou a concorrer para categorias inferiores mas aí é preso por ter cão e preso por não ter: excluída por demasiadas habilitações. Factor cunha não tenho, portanto só sobra mesmo o factor sorte. Como um euromilhões coisa que confesso já me tocou de forma generosa algumas vezes na vida: siga jogando!

Outra vez


A letra certa.

Tão bom

 



O privilégio de sentir a intensidade do Inverno, a salvo no meu ninho com a minha cria. Os dias têm estado anormalmente quentes para Dezembro, mas já quase todas as árvores estão despidas e o semblante geral da natureza já é de pura e necessária hibernação. Quando estamos tristes estes dias assim podem ser como uma bela canção de ir mais fundo até doer tudo. Ficar quieta, em silêncio, a ouvir a chuva e a olhar as diferentes possibilidades do cinzento lá fora. Acreditar sempre nas decisões do destino e nos percursos naturais da vida. Todos os dias gente boa morre, e todos os dias gente boa nasce. Todos os dias grandes amores definham e todos os dias pequenos amores crescem incontrolavelmente. Está tudo certo.
Se não tivesse a Maria, talvez fosse insuportável.
(...)

2023

Se eu lá chegar:

Que venha aquele emprego. 

Perder 10kg de forma saudável. Tratar da especialização. Voltar a fazer voluntariado. 

(...)

O meu calcanhar de Aquiles


A minha luta, profissional e pessoal, para 2023.

Da fast fashion

Lixo dos ricos no quintal dos pobres.

Foi assim que chocantemente numa grande reportagem da SIC noticias, definiram as toneladas de roupa que vão parar ao continente africano e que numa grande maioria acaba no lixo. Mais do que triste é preocupante esta realidade. E aquelas pessoas em Acra, no Gana, que trabalham em qualquer uma das fases naquele mercado, tão pobres meu Deus...

Definitivamente nós deste lado devemos reutilizar mais, usar com consciência. Quando damos as nossas roupas parece que como fizemos uma boa ação, ficamos isentos da coima emocional pelo nosso consumismo. Mandamos para lá, e mandamos e mandamos. A poluição lá bem longe dos nossos olhos, e nós aqui a fingirmos que vestimos os pobrezinhos.

Esta história do desperdício é mesmo uma coisa assustadora.

Onde é que já se viu

O presidente Z desafia o presidente P para andarem à estalada cof cof
Ao que chega a real preocupação desta gente com o futuro de milhões de criaturas neste mundo. 
Com este nível de inteligência emocional, continuo a achar que infelizmente a guerra nuclear é só uma questão de tempo.

Natal

Acabei por acusar o stress dos últimos dias precisamente no dia D. Com algum descontrole, taças partidas, berros e fugas para uma cozinha claustrofóbica. Sentir que não estou a saber lidar com a Maria ou que não estou a ser boa mãe no dia de Natal, não é de todo algo feliz e fácil de digerir. No entanto, apesar dos apartes, correu bem. Logo ao acordar cantamos juntas os parabéns ao menino Jesus. Depois foi Família. Comemos imenso, rimos e fomos felizes. A Maria ganhou cinquenta kits para brincar aos médicos, ao ponto de ela própria dizer oh não, outra vez. A cereja no topo do bolo foi hoje receber vídeo chamada dos avós que vivem na ilha e adivinhem: Uau! Mais um kit para brincar aos médicos! De maneiras que isto tal como disse o pai dela, acabou com a nossa filha a montar três clinicas de uma só vez: uma em Paranhos, outra na Foz e uma em Canárias, que a miúda já internacionalizou o negócio. Gostei quando ela abriu o primeiro de todos os presentes: o dos padrinhos. Gostei em particular de um presente, que sei que me vai dar cabo do miolo muitas vezes (custou zero cêntimos e ela vibrou): a flauta que foi do pai quando era pequeno. Gostei de ver a avó a rir até ás lágrimas com ela e ter sentido e ter pensado ao olhar as duas é isto o Natal. Hoje levei o choque, contou-me em segredo mamã sabes, eu acho que o avô Zé é o pai Natal. E eu e o pai resolvemos, aos 2 anos dela, contar-lhe a verdade: que os avós gostam tanto dos netos que se vestem de pai Natal, mas que o verdadeiro pai Natal nunca é visto, existe e vem durante a noite deixar um presente enquanto dormimos. E nada, a miúda teve uma overdose de horas desperta, não queria dormir ontem, não quis dormir hoje e teve que ir para a cama de forma compulsiva, aos berros a gritar pelo pai pois claro, que o monstro da mãe só lhe faz maldades. Comecei a ler-lhe a história da Malala e adormeceu profundamente na curva. Lavadinha em lágrimas, foi assim que ela terminou o Natal, que deixar aquela bonecada toda espalhada pela casa para ir dormir, não cabe na cabeça de ninguém!

Hoje na missa o senhor padre falou sobre aquele menino que nasceu em Belém, sobre a verdadeira mensagem do Natal: Olhem para aquele presépio, aquele menino nem sequer nasceu numa casa, nasceu numa palhota. No entanto no meio daquele cantinho tão pobre, perseguido, nos braços daquela jovem mãe imaculada e daquele pai que acreditou, havia Amor em abundância. É essa a mensagem, levem-na para vossas casas:

O Amor.

Rir para não chorar

De repente no feed de noticias (ainda por cima) aparecem-me não sei quantas formas novas e saudáveis de fazer rabanadas. Really? Rabanadas são rabanadas, as de leite e as de vinho do Porto. Parem de inventar que qualquer dia não temos Natal.

2022

O ano em que fiquei desempregada, em que travei uma dolorosa batalha profissional, em que voltei a comungar depois de mais de uma década sem o fazer. O ano em que gastei manhãs inteiras a dormir, em que tomei antidepressivos pela primeira vez, em que deixei de os tomar. O ano das pessoas terem ficado ainda mais diferentes e indiferentes e isso ser chique e normal, o ano da tolerância e o ano da violência. Um ano inteiro sem o Nelo. O ano em que errei muito na minha alimentação e fiquei gorda. O ano em que voltei a ler e a fotografar. Um ano forte no desenvolvimento da minha espiritualidade, o ano de muitos dias de Sol. O ano da inflação, o ano da fome. O ano em que a rainha de Inglaterra faleceu. O ano em que a Ucrânia se transformou numa prolongada guerra em directo. O ano do começo do desapego, de sentir que cada vez menos preciso da maioria das coisas. Um ano em que quase todos equacionamos uma guerra mundial. O ano em que pela primeira vez floriram cá em casa mais camélias do que orquídeas. Um ano de faz de conta, de contar a Deus e a mais ninguém. O ano em que deixei de ser escrava da casa, forçada pela minha filha, uma indiazinha sábia com somente dois anos. Um ano de fortes mudanças, um ano primeiro incómodo para depois ser feliz.

Tenho crescido em 2022. À data de hoje mantenho-me com esperança. Estou grata.

Aqueles dias


uma enfermeira na família

visitas familiares; os meninos à janela

prateleiras do supermercado vazias e o mundo inteiro atrás de papel higiénico

Foi uma loucura o que vivemos, nunca mais fomos os mesmos por mais que sejamos animais às vezes de memória curta. O medo, a incerteza, o desvario, a adaptação a regras nunca pensadas: ao rever estas fotografias sinto-me ainda estranha. Parece que já passou, a COVID-19 instalou-se e nós aprendemos que com tudo se vive. Mas o certo é que vamos entrar em 2023 e algumas consequências seguem connosco. Estou farta da história das vacinas, por exemplo. Há oito dias que as tonturas não me largam; esta despersonalização estranha começou no dia em que fui tomar a terceira dose. E os médicos ficaram pobres de repente, parece que nada mais sabem dizer a não ser deve tomar.
No meio daqueles dias, há uma imagem da qual não tenho retrato, mas que me marcou profundamente. Foi ver desde a janela da varanda, o senhor padre Diz varrer todo o átrio da igreja. Sozinho, de portão fechado, a recolher o lixo do chão. Em silêncio, sem espectadores mas a fazer o melhor de si, numa espera paciente pelo fim daqueles dias.
A minha mãe fez-me uma pega de cozinha linda, durante o tempo de clausura.
(...)

Expliquem-me como se eu fosse muito burra

Por favor.

Qual a necessidade?

Ontem apareceu cá em casa uma amiga-irmã com uma caixa enorme cheia de livros e brinquedos dos filhos já crescidos, ficou no sótão até agora e a Maria herdou. Até aqui tudo bem, só que herdou a dois dias do Natal. A miúda ficou tão atordoada que já nem comeu direito nem dormiu a sesta. Como era pouco coitadinha, hoje o pai traz-lhe um puzzle magnético (OMG!), sem embrulho mas novinho em folha. Nem queria acreditar quando o vi entregar-lhe aquilo. Ela eufórica, claro. Assim, presente do nada, na antevéspera do Natal! De maneiras que hoje foi regabofe com o puzzle novo. Amanhã e depois de amanhã lá vai ela abrir mais presentes. E como vinte dias depois faz três anos, presentes outra vez!

Mas não, é Natal e a mãe é uma chata de galocha. Lá para Fevereiro a criatura começa a ressacar a falta de prendas e anda lá mãe, exerce a parentalidade positiva que tens andado empenhada em aprender.

Socorro, tirem-me deste filme. Como explicar às pessoas que nesta idade a Maria está tão autocentrada que cobri-la de presentes pode ser grave.

(...)

 



Foi tudo o que consegui no dia da entrevista, cruzar-me com esta árvore e reparar que as folhas das extremidades dos galhos, as que aparentemente seriam as mais desprotegidas, estão a ser as mais resistentes.

Insanidade

Esta semana tem sido imprópria para quem resolveu que já chega de antidepressivos.

Tirei duas manhãs para formação sobre parentalidade positiva - e quanto mais me dão pautas comportamentais, menos eu consigo lidar com a Maria -, fui a uma entrevista cheia de expectativa a pensar que era desta mas depois de apanhar dois bus e ir parar à cidade vizinha, num dia de chuva-diluvio, lá levei eu com mais uma decepção. Tive uma reunião no colégio da minha filha, consegui tomar café com duas amigas, passei na igreja para cumprir algo que me faz feliz. Hoje foi o dia inteiro a limpar e destralhar a casa. Não sei o que fiz do resto do tempo mas estou exausta. Pergunto-me como vai ser no dia em que tiver que preparar o bacalhau, as rabanadas, a aletria, os filhoses, o cabrito, o polvo. Vou morrer num Natal, de certeza.

Amanhã quero acordar cedo, a bem dizer a saga continua. No meio desta azáfama confesso-vos que sinto - continuo a sentir ano após ano - que o Natal é suposto ser outra coisa qualquer, mas não isto.

Entretanto tenho saudades da minha mãe. Não sei se vou conseguir que a minha filha um dia tenha assim tantas saudades minhas, só por ser Natal.

(...)

A Familia do Ronaldo

Quem sou eu para falar da Família dos outros.

Mas tem-se falado tanto nos últimos tempos, que eu gostaria só de dizer que louvo e admiro a postura do Cristiano - silencioso e resiliente - perante toda e qualquer expressão familiar tornada publica. Tem havido tantos ataques, tanta cobrança, as irmãs já são apelidadas de ronaldetes e elas coitadas que não foram feitas para estar caladas. Sejam pirosas, desbocadas, eh pá confesso que até me lembram bastante as minhas irmãs. Cabe na cabeça de alguém perguntar-lhes quem é para elas o melhor do mundo, se Ronaldo ou Messi? Percebem a violência e estupidez dessa pergunta? São a Família dele, percebem? É como a Família de cada um de nós: bons, maus, melhores, piores, são os nossos. E grande é ele por deixá-los ser como são, por amá-los de forma indiscutível.

Aprendam Famílias, se calhar é isto que faz falta à casa de tantos de nós.

(...)

O mundial de futebol

Parabéns Argentina.

Sem grande empenho, estive a torcer pela França. Nem sei muito bem porquê, acho que porque gosto do Kylian Mbappé e porque a minha asinha portuguesa invejosa ainda dói e continua a torcer pelo Cristiano mesmo ele estando em casa refundido no ginásio a ouvir musica de cortar os pulsos. Mas a Argentina ganhou e o Messi teve um comportamento fabuloso, celebrou sem lágrimas, viram? A minha mãe dizia pfff, este não tem sentimentos - ao que chega a invejinha horrorosa dos portugueses! Eu cá acho que ele celebrou com muita classe, com uma lindíssima família discreta presente. Celebrou sem lágrimas porque optou por sorrir, e celebrar a alegria com alegria também é legitimo e especial. De resto este senhor foi sempre discreto e mostrou que só a trabalhar - e com Fé - as coisas acontecem. Tem uma trajetória profissional brilhante, indiscutível, e mereceu com certeza. 

Adorei ler as felicitações de uma inteira comunidade mundial desportiva, rendida. Acho que rivalidades à parte, é como escreveu alguém no outro dia: uma forma de ficarmos um bocadinho menos tristes com as nossas derrotas, é ficarmos um bocadinho alegres com as vitórias dos outros.

A única coisa a lamentar: acho que o nosso Cristiano não sabe o que isso é. Até agora não felicitou os vencedores. Aliás, como amante do futebol, achei sempre - até ao fim - que ia assistir à final.

Comportamento humano. Evolução. Inteligência emocional. Milhões de miúdos que adoram e aprendem com os exemplos do futebol. Tanto para discutir...

E mais não digo.

Crónicas de uma frequentadora assídua de autocarros

A dizer-vos que a expressão da nossa saúde mental vai nua nas ruas. É gente de havaianas em pleno gelo de Dezembro. É miúdas de tops curtos e unhas de gel de todos os formatos, tamanhos e feitios: e eu só me pergunto se as mães dessas meninas as ensinam a fazer alguma coisa em casa. É velhos a babar de olhar colado às barrigas ao léu das ditas meninas. É mães a sussurrarem em surdina ao telefone Estou filho.. olha é só para te dizer para passares lá por casa que te deixei uma nota em cima da mesa. Outras mães, desdentadas e de bigode rijo em video-chamada como num direto para o mundo Amo-te muito filho. É aquele jovem a ver e ouvir em alto e bom som - demasiado alto - vídeos da igreja do reino de Deus: Sai! Sai! Deus te salva meu irmão! num brasileiro empenhado na conversão que todos suspeitamos que seja das carteiras. É uma senhora idosa a tentar trocar olhares comigo - e eu a fugir - num ar de critica ao rapazinho da igreja universal. É que essa senhora velhinha está de meias de rede e saia curta e confesso que não lhe fica muito bem. E unhas de gelinho, claro!

Entretanto ontem na missa uma acólita sénior, com a vestimenta branca até quase aos pés, atravessou várias vezes o altar com umas sapatilhas cheias de luzes a piscar, tipo ambulância. Moda pura e dura.

E de maneiras que felizmente vivemos num mundo em que cada vez mais o que importa é que as pessoas sejam felizes. Olé.

Frutos de uma boa caminhada a pé




Faz tão bem.

Adenda ao post anterior

Ajuda focarmos nas fase divertidas: a Maria está também na fase de brincar aos médicos. Vai daí que "a Maria é méquida" desde que acorda até que vai dormir. Pelo que meus caros, tenho pensos para feridas colados em tudo o que há nesta casa. Começou pela bonecada dela mas a coisa foi crescendo. Dou com eles colados aos nossos pijamas quando tiro a roupa da máquina para estender. No avião colou um na cara do pai, a segurar o atilho da máscara à cara enquanto ele dormia. Hoje ao lavar a loiça encontrei um colado na tijela da sopa dela. Já nem a vemos colar os pensos, um dia destes vou a alguma entrevista com um colado no sitio mais despropositado.

Para que lhe damos tantos pensos? Boa pergunta. Para a ver calada e quieta que também temos direito. Porque é melhor do que lhe dar o iPad no qual ela já não toca há três dias.

Chucky, o boneco diabólico

Andamos nesta fase cá em casa. Dias em que ela nos desafia e nos puxa pelas orelhas como quem nos obriga a crescer. Ás vezes fico triste, com vontade de chorar e de fugir. Mas ando a aprender a não ter medo do dito boneco em que ela se transforma por vezes, ando a aprender a contar até dez e a respirar mais e melhor do que o habitual. Se me apetece gritar, páro, vou beber um copo de água, como alguma gordice e espero por me acalmar. Tento perceber o que está a acontecer, o que ela sente, o que eu não estou a fazer bem. Precisamente esta semana assisti a uma conferência organizada pelo Instituto de Apoio à Criança, inserida na campanha "nem mais uma palmada, castigos corporais nunca mais". Tive a oportunidade de ouvir a classe médica, a classe jurídica, além de quem trabalha no terreno com a criança vitima de violência. Não só como psicóloga mas sobretudo como mãe, percebi a necessidade de mudarmos de vez uma mentalidade que se refugia num passado que não tinha as mesmas ferramentas que temos hoje.

As nossas crianças educam-se com exemplos, com tolerância, com respeito e amor. Se eu der uma palmada à Maria - que muitos pais infelizmente não só acham necessário como sentem como uma obrigação que têm a nível educacional - a Maria vai aprender que também pode dar palmadas. Logo não me posso surpreender se ela um dia bater num coleguinha de escola. A minha filha vai fazer ainda tantas asneiras. Mas somos nós pais que não nos devemos transformar nunca no boneco diabólico.

Nada disto é fácil de por em prática. Nada fácil. Mas vale a pena.

A Gisberta, lembram-se dela?

 


Aconteceu num tempo não muito longe, não muito perto. Eu que já vou nos 44, era ainda uma miúda verde. Lembro-me da Gisberta muito antes daquele fatídico dia. Lembro-me da figura escandalosa que tinha quando cruzava com ela na rua, lembro-me de uma diferença que chocava a olho nu, de nós estudantes cruzarmos com ela e vermos apenas uma realidade que associávamos a prostituição e que portanto não nos dizia respeito a não ser que fosse para nos rirmos entre nós. Lembro-me que era alta, de cabeleira oponente, e das roupas justas e coloridas. Cresci muito tarde, muito depois. Lamentavelmente a Gisberta foi também sem-abrigo, uma realidade com a qual trabalhei cerca de oito anos e para a qual desenvolvi uma sensibilidade especial. Só me lembro dela como pessoa, infelizmente, depois daquele acontecimento hediondo e inacreditável. Porque fiquei tão chocada que percebi que por mais que a Gisberta fosse diferente e sozinha, ninguém tinha o direito de lhe fazer mal.
A Gisberta parece ter vindo ao mundo para marcar a diferença entre um antes e um depois. Infelizmente todos os dias a descriminação, o mau-trato, a violência extrema, continuam a acontecer. Mas alguma coisa vai mudando. Mais alem do que tolerar ou aceitar, o mundo vai percebendo que a diferença faz parte, é bela e merece respeito. Foram precisos muitos gritos de Amor e de inteligência emocional para hoje termos chegado a um brilhante spot publicitário como este.
A Gisberta ia gostar tanto de ver.

Natal

Tenho umas saudades especiais da minha mãe e dos meus irmãos. Uma sensação de que nunca mais nada será o mesmo, que nunca mais haverá um Natal juntos, que uma boa dose de amor se perdeu algures.

(...)

Uma aventura aos 44


Isto já não é a mesma coisa.
Ontem, eu que ando com a doença do sono como se tivesse sido picada pela verdadeira mosca tsétsé, lá me aguentei até às 00h. Eh pá aquelas coisas de romântica incurável, queria ser a primeira a dar-lhe os parabéns, assim com grande beijo na boca e festinhas à gata e sabe-se lá mais bem o quê. Com quilos de amor e tesão, e até tinha a vela dourada e a fatia de bolo com uma phisalys em cima (que ele adora). Era só cantar baixinho (para não acordar a meca) no meu happy birthday desafinado e mal pronunciado.
Vai daí que ele adormeceu antes e a faltarem 15 minutos para a meia noite levanta-se do sofá e solta um mortal vou dormir
Gelo senhores, muito gelo. Quase morri. Mas pronto, lá cantamos os parabéns de manhã cedo, eu e a meca. Depois ela fez o berreiro do século porque lá achou que o bolo era só dela, e ele já bufava porque estava atrasado para o trabalho e eu só pensava não acertas uma miúda.
E foi assim, cheia de boas intenções mas com má cara, que dei as boas vindas a este dia tão especial.

E isto


Crash bum bang. Desabei em lágrimas.

É isto

E hoje acordamos assim

Com um dia tenebroso de Inverno puro e duro. Uma chuva e um vento bem envolvidos no pior dos cinzentos-rato. Um dia assim, sem cor e sem luz, adverso. Ainda não eram as nove da manhã e já o vento rebelde me tinha amarfanhado dois guarda-chuva. O pior mesmo não são estes dias, são estes dias semanas seguidas, ás vezes meses. De tal modo que ficamos com a depressão colada à medula, emocionalmente albinos pela falta de sol.

Acordamos com a noticia das pontes dadas pelo Governo; no Colégio da minha filha notou-se bem a animosidade que isso causou nos funcionários públicos: há gente que infelizmente precisa de incentivos até para desejar bom dia aos demais.

Importante mesmo é que hoje o pai da Maria celebra 45 anos. Não estou num dia de grande alegria e entusiasmo, mas ainda assim ele é o meu amor e claro que vamos comemorar e claro que estou grata a Deus por os nossos caminhos se terem cruzado há mais de vinte anos.

Quanto à Maria, depois de uma semana em casa a comer-me o miolo, hoje foi azucrinar para o Colégio. A ver se logo regressa a casa mais centrada, menos umbigo centro do mundo. Sem duvida que os miúdos precisam de rotinas desde cedo, e dos pares para perceberem desde o inicio a relativa importância de cada um. Eu pensei em ir correr mas embora gorda não sou masoquista, com este temporal na na ni na não, nem pensar! De maneiras que já estou em casa, enfiei outra vez o pijama de ursa e vou pesquisar ofertas de trabalho. Um dia destes o telefone toca e esta pasmaceira acaba.

 

blue and yellow

Têm sido as cores mágicas deste Inverno.

Coisas de Mãe

Justo antes do nosso ultimo jogo no mundial, vi uma foto que a dona Dolores Aveiro postou nas redes sociais, a dar força à Seleção. Uma foto a preto e branco, dela abraçada ao filho. Uma foto bonita mas que não sei porquê me causou logo ali uma tristeza fininha. Interpretei como uma foto mau presságio, uma foto colo de mãe porque o filho precisa muito. Dei comigo a pensar que aquela mãe não estava com bom feeling para o jogo. E o sexto sentido de uma mãe, especialmente de uma mãe como aquela, costuma ser exacto como a matemática.

Infelizmente viemos mesmo embora e eu que até não sou muito de futebóis, senti tristeza por ver o nosso Cristiano chorar assim, como um menino de cinco anos. Tal era o Sonho e a Paixão dele. 

Querido Cristiano, quem sabe um dia o teu filho ganhe um mundial por Portugal, e tu descubras que afinal o sonho às vezes surpreende-nos e é ainda mais perfeito do que poderíamos imaginar. Entendo que não há mais nada que pudesses fazer para Portugal estar mais orgulhoso e agradecido. Querida dona Dolores, é como no filme a Paixão de Cristo, quando Jesus cai com a cruz e a Mãe corre para ele e se lembra de quando ele era pequenino e caía. Há uma dor pelos filhos que não se explica, talvez seja por isso que Deus nos deu a oportunidade de termos um colo mágico que cura.

Amor. Amor. Amor.

Terceiro domingo do Advento

Domingo da alegria.

Curiosamente hoje sinto-me inquieta, tristonha. Saí para caminhar sozinha e senti-me quase estranha na cidade, reflexo claro de que estou já há demasiado tempo fechada em casa sem trabalhar. Depois aconteceu uma coisa minúscula quando cheguei a casa - não me apetece escrever sobre isso - mas que me plantou uma sombra no olhar.

De resto cá em casa a Maria tem tido um comportamento que denuncia excesso de várias coisas e eu não estou nada feliz com isso. Pedi á família contenção nos presentes mas acho que não é isso que vai acontecer. Anyway é Natal e eu não posso controlar a vontade e a carteira alheias. Mas conheço-me, vou ficar preocupada e de coração apertado por ver a minha filha deslumbrada com demasiado e a achar que é o centro do mundo. Eu e o pai dela também nem sempre estamos de acordo em relação ao que é importante para ela e isso é outra coisa que me preocupa. Mas pfffffffffffffffffffffff, respira fundo miúda, filho pelos vistos é isso mesmo: lição de vida para aprendermos que não controlamos nada.

Entretanto o Inverno faz-se anunciar no calendário dentro de uns dias, mas nós por cá já o sentimos. Confesso que só assim me sabe a Dezembro, a Natal, a aconchego. Parece que só quando chegam os dias de gelo a sério, se acendem as luzes cá dentro. E por falar em Natal, não sei como vai ser mas vou policiar esta boca. Descobri que estou muito cansada fisicamente e não podia ser de outra forma: estou quadrada de tão gorda, ao ponto trágico de me perguntarem uma e outra vez se estou grávida. Amanhã começo a correr. Se calhar tipo Forrest Gump, correr por razões mais profundas, até resolver cá dentro. E olha, pode ser que se note por fora.

Manhã de nevoeiro no Porto com direito a muuuuito frio. Á porta do colégio, olho para a minha filha com apenas os olhinhos à vista (de gorro, luvas, cachecol, camisola de interior cardada, quilos de roupa e casado de pêlo) e pergunto de coração apertado:

- Estás quentinha Maria?

Resposta dela em tom lacónico: 

- Não mamã. Estou morna.

(...)

Nota: foi a primeira vez que a ouvi dizer a palavra morna.

Muita vontade de ver

Só o RAP


Para tornar a coisa divertida!
Não há massas para gastar neste Natal, não há mesmo. Poderia ficar triste com isso mas estranhamente  não é o caso. Ainda hoje dei uma volta na baixa e pareceu-me tudo tão anormalmente caro que eu estando desempregada fico de fora. Tenho os três aniversários mais importantes da minha vida entre Dezembro e Janeiro: a minha filha, o pai dela e a minha mãe. Com eles vou fazer a minha pequena extravagancia (e ficar lisa), são datas especiais. Este ano nas festas vou ser pouco generosa em bens materiais, mas curiosamente não me lembro de me sentir de coração tão cheio. Por isso vou distribuir beijinhos, chocolates e abraços. E muitos desejos de coisas boas, sorrisos e pós de perlimpimpim.

As coisas são só coisas. Continuo a preferir uma camisola boa em vez de dez fracas, mas cada vez sou mais desprendida de bens materiais. Não me importa não receber (nunca me importou, acreditam?), já não me importa tanto não dar se não puder dar. É assim a vida e em nada me parece trágico que assim seja; trágico é passar fome e frio. E não ter Natal à mesa com a Família.

Felizmente o riso bom das crianças ainda não depende de ganhar setecentos brinquedos. Nós os adultos é que achamos que sim.

Abraços, muitos abraços apertados. Que é o que faz mais falta às gentes.

Chocante

O mundo em que vivemos 

A Maria a encher-me o coração

Ontem de manhã disse-me "Mamã adoro ir para a escola." 

(...)

Á noite comeu tão bem arroz de bróculos e salmão grelhado: "A Maria gosta tanto de arroz de beduras." 

Da bipolaridade dos dias

 



Temos alternado equitativamente entre dias de chuva intensa e dias luminosos. O frio a sério já chegou. E os meus dias preferidos no ano também.

No ultimo fim de semana

Fomos felizes.

Aprendemos que em tempo de Outono e Inverno, quando espreita um raio de sol, devemos correr a aproveitar. Foi o que fizemos no sábado, pegamos na miúda e fomos até ao mar. Foi mesmo muito bom.

Á cata do nada

 como sempre.


do vibrante, do perfeito modo clean e beauty da natureza

da Vida á espreita num muro contiguo a um terreno baldio

Mãedfulness

Já perceberam que o termo não é meu, mas eu adoro. É da Mariana Bacelar, que descobri nuns caderninhos amorosos que li durante a minha gravidez:

"Dentro do nosso coração deve acender-se um aviso vermelho sempre que, em vez de crianças normais temos crianças perfeitas. As crianças normais fazem disparates, não se querem pentear, falam alto, choram, querem usar dois sapatos diferentes, batem quando não sabem como dizer que estão muito zangadas, não querem entrar no banho, não contam como foi o dia, não param caladas, não comem, não querem dormir sozinhas, fazem birras monumentais, perguntam coisas embaraçosas, não querem vestir o casaco, querem brincar e não fazer fichas em silêncio. Deitam a língua de fora, acham graça a dizer asneiras, têm medo de bruxas, comem esparguete sem modos, não gostam de trabalhos de casa, arriscam, pintam paredes, pegam-se com os irmãos. Está tudo bem com as nossas crianças reais."

Num mundo balofo de crianças sobredotadas (que as há), o importante mesmo é percebermos a nossa criança, a que temos lá em casa. A Maria fala alto, não para calada, tem medo do boi preto, não quer dormir sozinha, pinta as paredes de casa, desarruma setecentas vezes a tralha dela no mesmo dia, rasgou alguns livros o que me entristeceu muito. A Maria é ela, o nosso maior tesouro. Dona de uma inteligência impar que nos cativa. Mais do que isso a Maria é um teste constante à nossa compreensão: foi difícil mas aprendi a ficar feliz com algumas asneiras dela. O que queríamos mesmo era que todas as crianças no mundo tivessem as mesmas oportunidades: serem olhadas só como crianças normais para além da diferença seja ela qual for, com os seus direitos salvaguardados.

And so this is Xmas

 


Centro Comercial da Foz

Todos os anos apaixono-me por uma árvore de natal na rua. Este ano foi por esta.

 

tuas 2 voltas completas ao Sol: "Maria, mamã e papá"

"Quando for grande quero cozinhar como o papá e dar beijinhos bons como a mamã."

Bom demais filha.

Hoje


Em modo repeat.

 



Não tarda nada acabam-se os tapetes de folhas, que eu adoro mas que devem enlouquecer a cabeça aos varredores de rua. Aqui e acolá, algumas árvores já estão nuas. É agora que entra aquele frio que gela a alma, preludio do rigor do Inverno e do aconchego que sabe a Natal.
Perdi a calma no tempo, dentro de mim há um susto pela efemeridade dos dias. Ainda agora começou o Outono e já cheira a Inverno.
(...)

44

Meu aniversário. Foi na passada terça-feira mas apesar de estar a viver uma vida de dona de casa e só ter uma filha, só hoje consegui vir cá escrever:

Duas cadeirinhas viradas para o Sol, é assim que quero que seja o meu novo ano de vida. 

(...)

O que almejo? Um emprego top, onde eu seja feliz e faça feliz. Tudo o resto já tenho, e com imensa gratidão peço a Deus que se mantenha.

(...)

Aniversários são patamares. A gente chega, inevitavelmente detém-se, reflete, pratica o exercício maior da gratidão - porque estar viva é a grande dádiva - e fica ali algum tempo a fazer o balanço, especialmente depois dos entas. Sinto que envelheci por dentro e por fora. Estou feliz por ser assim porque não é mais do que o fluir normal do curso da vida. Estou cá. Trago um olhar de desencanto sobre o nosso mundo, mas ao mesmo tempo estou ainda mais atenta às pequenas grandiosidades milagrosas de todos os dias.

(...)

Cá em casa passamos os três o dia juntos. Os meus dois Amores cantaram-me os Parabéns a plenos pulmões, apesar de termos a COVID entre nós. Foi o melhor aniversário de sempre: chovia tenebrosamente lá fora e nós fechados na nossa bolha de Amor e Fé.

(...)

O presente que dei a mim mesma: reconciliar-me com a Vida. Abrir de novo, de par em par, as janelas da minha alma.

Esta idolatria pelo Outono



Não é só romântico, é muito engraçado. Por causa da potência vibrante dos cinco minutos de raios de sol em meio do mais tenebroso dia cinzento, e do que isso causa em nós. Por causa dos pequenos milagres: ao mesmo tempo que tenho sol na frente da casa, nas traseiras chove.
(...)

Mãedfulness

"Acredito, cada vez mais, que o que de mais sagrado existe na paternidade não é educarmos e ajudarmos  os nossos filhos a crescer. É deixar que eles nos transformem, nos eduquem para sermos pessoas melhores.

Deixar que eles dissolvam os muros de pedra que fomos construindo à nossa volta para nos proteger do mundo, deixar que eles rasguem as máscaras frágeis e patéticas que fomos usando para enfrentar os outros, deixar que eles destapem as feridas da nossa própria infância, que as lavem - tantas vezes à custa de lágrimas nossas e deles - e as cicatrizem, para podermos seguir em frente, livres, autênticos e finalmente crescidos.

São os nossos filhos que nos ajudam a crescer a nós."

Mariana Bacelar

Eu sei lá

Após a maternidade, e com o esganar dos dias, com os nossos empregos agressivos, com a incerteza e o medo de tudo que agora desenvolvemos, com o cansaço que todos sentem mas que ninguém consegue explicar muito bem de onde vem - deve ser do Outono - que se tornou endémico ao ser humano e que nos mina a energia e alegria, a euforia e o tesão; o prazo de validade dos casais está cada vez mais curto. Também acho que hoje em dia já ninguém tem paciência para colar cacos, já nem se usa sequer. É grave quando o sexo deixa de acontecer numa contagem que ultrapassa dias, semanas, e entra na contagem de caixas de pilula inteiras sem acontecer. Mas mais grave ainda é não tentarmos perceber os timings que os miúdos nos exigem, a pressão que o passar dos anos implica às ambições ainda não cumpridas, as diferentes fases da vida em que há menos sexo mas há mais amor.

Se um dia tiver que me separar do pai da minha filha, há-de ser por muito mais do que falta de sexo. Mas que nunca nos falte.

Eu sei lá...

Outono







Quanta paixão e ardência, na vida colorida, presa por um fio.

Mercado do Bolhão

Difícil escrever sobre o renovado mercado. Sem por em causa que foi uma obra grandiosa, que o mercado totalmente a ruir verdadeiramente precisava, senti-me estranha e estrangeira ao passear pelo novo mercado. As caras mais emblemáticas e antigas do antigo mercado, já não encontrei mais. Achei tudo com muita luz mas muito cinzento e frio, vaya contraste de emoções. Mais ou menos temos um mercado para o mundo, mas deixamos de ter o nosso mercado da cidade, do povo, aquele que era do zé antes de ser de  mais alguém.

Senti uma saudade profunda do antigo mercado, agora que sei que nunca mais o vou voltar a ver.

Afinal foi só um acidente

Mas mesmo assim a culpa é do Putin.

Já não há paciência para o jogo de xadrez que se tornou esta guerra. Menos mal que algumas máscaras vão caindo, para quem quiser ver.

Os cem anos do nosso querido Saramago

Dizer-lhe que sinto uma falta profunda do pensador que foi. Sei lá o que daria para saber como veriam os olhos e o coração dele a actualidade que vivemos.

O Cristiano Ronaldo

Sendo quem é, infelizmente provou na pele aquilo que tantos de nós - em especial tantas de nós - sentimos na pele quando maternidade se sobrepõe a trabalho. Ainda vivemos num mundo onde a maioria das chefias vê neste compromisso pessoal um grande empecilho. Isso dos miúdos ficarem doentes e por causa disso de alguma forma começarmos a cheirar mal aos patrões, infelizmente acontece, não só a quem ganha o salário mínimo mas pelos vistos também a quem ganha milhões. É interessante que seja um homem a falar nisto, e eu estou-lhe muito grata por isso.

Mais, um dia alguém me dará razão: quando a violência psicológica exercida pelas empresas tem como alimento o exercício da nossa maternidade ou paternidade, isso é bullying. Não há nada que nos possa ferir mais.

Tempo

Tempo para ler. Para namorar muito a minha bebé, para rir com ela até nos doer a barriga. Tempo para jardinar, para fotografar. Tempo para aquele raio de sol no meio do inverno rigoroso. Tempo para dormir, para escrever. Tempo para voltar aos meus poetas. Tempo para apreciar, para organizar. Tempo para voltar a estudar só aquilo que me faz feliz.

Tenho tido tempo para alguns regressos. Coisas que eu já nem sabia muito bem como fazer. E esta é só a coisa mais preciosa que eu poderia ter recuperado.

Do que não muda

Ontem enquanto jantávamos, vi no noticiário o testemunho daqueles rapazes timorenses a viver nas ruas em Lisboa. Ultrapassa o alucinante e triste. Somos uma nódoa como tecido social.

(...)

Reclamar de barriga cheia

Nestas vidas de estar desempregada e passar a gerir o dia a dia com outro olhar - infelizmente continuo a ser uma péssima gestora financeira - vou simplificando na cozinha e de repente até percebemos que tínhamos saudades daquelas comidas mais simples, que até nos lembram a nossa infância. A Maria sempre esteve em primeiro lugar, mas agora que é importante priorizar também nos gastos, a Maria solidifica esse em primeiro lugar. Gostamos muito de estar em casa e de estar os três juntos, e isso é uma grande coisa em tempos em que por um pé fora de casa é quase por si só sinal de despesa. Também saímos e também vivemos, mas cada vez menos - e continuamos ainda assim, apesar de tudo, a ser dos que mais têm na vida. Eu nunca fui vaidosa, passo tempos sem pisar um cabeleireiro, acho que por causa disso sofro menos qualquer consequência. Por outro lado há sempre algum livro que quero comprar. Nas ultimas idas ao palácio dos pobres, como chamou a querida Agustina aos supermercados, percebo a gravidade dos aumentos dos preços e começo a ficar obcecada pela tendência inversa. Um dia eu juro que venço a máquina.

Acho que a célula Família que se tem vindo a reestruturar já desde o inicio da pandemia, continua um processo de evolução importante. A duras penas vamos compreendendo a importância da paz e da alegria dentro de casa de cada um. Já em pequenina ouvia a minha avó dizer que mais valia um pobre feliz a comer uma sardinha do que um rico triste a comer um belo bife. Agora já nem a sardinha é coisa pouca. Mas a verdade é que o sentido profundo está lá, e continua actual.

(...)

Querida Maria


Amadinha da mãe. Adoro este vídeo porque sempre que o vejo, vejo-te a ti na tua relação tão diferente e especial com o mar. É mesmo mágico sabes, é mesmo bonito de se ver.

Saindo a flote


Vou desmistificando fantasmas a quem eu dei poder de me intimidar. Começo a perceber que aos 43 me sinto mais definida como pessoa graças a todo este processo doloroso que tenho vivido nos últimos meses. É engraçado como realmente o que não nos mata nos torna mais fortes, tão certo com a mais exacta equação matemática.
De resto acreditar cada vez mais em mim, na natureza, nas emoções.
Neste processo de dias de muita apatia emocional, foi curioso sentir que mesmo no fundo da minha fraqueza, nunca aceitei que fosse posta em causa a minha Fé.
Olho para trás e já me consigo rir, de quem quase me matou e até mesmo de quem achou que tinha o poder de me salvar: incrível.

Voltei a sentir a vibe.

Hoje de manhã quando deixei a minha filha no colégio, senti um orgulho enorme naquele ser humano com dois aninhos de vida e sabedoria de mocho. Nesta minha vontade férrea de criar um bom ser humano, ela corresponde de maneira que me comove.

Nem vale a pena partilhar aqui o que foi que ela fez afinal. Importa que vim para casa a reflectir muito na educação que lhe estou a dar, na que lhe quero dar. Não tenho duvidas de que somos mesmo nós adultos que desconstruimos as crianças, em cada coisa simples e de direito delas que lhes roubamos.

Pai e mãe devem ser instrumentos do Bem. Ás crianças não pode faltar amor, risos, boas palavras, a caminha quente no Inverno, a comida na mesa, a rotina do banho, todos os mimos. Converso muito com a Maria e percebo a cada dia que ela entende muito mais do que parece. Não, não é uma menina sobredotada nem temos interesse em que seja. É só uma menina feliz, já com ferramentas para fazer felizes os outros ao seu redor.

(...)

Assunto sério

Mesmo

A marrar faz tempo

numa frase da Frida:

"Não estou a pedir para você me beijar. Não peço que me diga como sou bonita, mesmo que seja mentira. Não vou pedir que você me ouça quando tenho mil histórias para contar. Porque se eu tiver que te pedir, já não quero mais..."

A modos que

a gente aprende. Ao fim de 357 pauladas bem dadas, pelo menos já não ponho a cabeça a jeito para mais nenhuma. Quero com isto dizer a todos os senhores recrutadores que é uma tremenda falta de conhecimento, respeito e classe colocar nos requisitos exigidos aos candidatos a pérola "capacidade para trabalhar sobre elevado stress". Já todos sabemos que mais ou menos nos há-de ser exigido no caminho. Mas porra! É que isso que vocês atiram para o meio dos outros requisitos como se fosse a premium skill, é tantas vezes um atentado à saúde mental dos demais. 

Por acaso considero que até tenho essa capacidade, mas para trabalhar bem sob elevadas doses de stress constante, não há salário que pague meus caros. Não peçam, não exijam, fica mal.

Há coisas que de todo, não se pedem.

Promovam ambientes de trabalho saudáveis, que é o que está na moda. E vão ver que se surpreendem e encontram gente com capacidades extraordinárias.

Conversas sobre espiritualidade


Por cima da confusão dos que amealham ou dos que esbanjam, dos que choram ou dos que vendem lenços de papel, dos que precisam de tudo ou dos que não precisam de nada, eis a grande questão:

És feliz? Foste feliz?

Honrar a Vida é responder sim, acima das circunstâncias. E este é um exercício difícil, nem sempre é fácil encararmo-nos a nós mesmos. Não há o certo ou o errado, há o fazer esta passagem e sair dela Vivo.

(...)

Podemos ser profundamente felizes na nossa ignorância. Ás vezes é mesmo a forma mais leve de se ser feliz.

Coisas que não fiz

Se eu pudesse voltar atrás, teria conversado contigo avó. Ter-te-ia feito muitas perguntas sobre a minha bisavó, sobre como viveram os nossos antepassados escravos. Deixei-te partir sem sequer tentar saber.

Só agora, aos 43, desperto para a importância do cheiro a pau santo na minha vida.

(...)

Russia versus Ucrânia versus Europa versus mundo

Já todos perdemos esta guerra.

Das férias

Trouxe comigo no avião um punhado generoso de alfarrobas caídas de acácias. Ainda não sei que lugar vão ocupar cá em casa, mas há-de ser um bem especial. Muito mais do que lembranças das férias ou os "frutos" da minha árvore preferida no mundo, maduraram ao sol e vento daquela ilha. Cresceram e caíram sem importância, lá onde estão os meus.

Talvez estas alfarrobas gigantes de acácia fiquem comigo até ao fim.

Há-de ser sempre isto

Em noites como esta, em que chove como se o mundo fosse acabar, sinto uma angustia profunda por todos os que dormem na rua.
(...)

Recebi flores

Um ramalhete generoso de margaridas brancas, sem sequer me ter portado melhor. Sejam quais forem, são as minhas preferidas: as flores brancas.

Gosto quando nenhum gesto de insensibilidade lhes rouba a candura.

Uma cura ao alcance de (quase) todos

Beber muita água. Dormir sem hora para despertar.

É assim que nos últimos dias, aos poucos e com muita paciência comigo mesma, avanço na minha recuperação.

Sobre os 125 euros do Governo

Quem dá uma esmola, há-de sempre correr o risco de que seja em vão. Mas quem faz o que pode, faz pelo menos a sua parte.

(...)

Eu sou dessas

Da que perante um trovão mais aceso, reza. É um dos meus grandes defeitos, ser dessas pessoas que quase só rezam na urgência. Acho que o que me salva é que trago sempre Deus no meu coração. E beijo muitas vezes os pés da Mãe, Rainha da misericórdia e do amor. Digo poucas coisas em pensamento. Muitas vezes - a maior parte das vezes - nem digo nada.

(...)

O ruído das árvores quando caem

O Tom e a Gisele também se separaram. É engraçado como os comunicados dos casais famosos que se separam são quase todos iguais; soam àquelas cartas-tipo, de apresentação ou despedimento, que encontramos aos pontapés na internet.

E depois aquela sensação quase tão ridícula quanto triste, de que casais-herói também sucumbem às pequeninas partículas de tédio desamor e desencanto, que se vão acumulando nos beirais das janelas dos dias das nossas histórias de amor, quase sem darmos por ela.

O dinheiro não faz, afinal, tanta diferença.

Brasil

Eu não seria capaz de optar por qualquer dos dois personagens. É incrível e assustador, faz-me mesmo confusão.

(...)

Da Força


Do poder espiritual.

Tão bom

Chegar e sentir o Outono instalado. Olhar para os tapetes de folhas na rua e abrir o coração para a estação do aconchego. Com a pele ainda cheia de sol e a alma cheia de sal.

M.

 


Foram dias bons. Difíceis às vezes, de limar arestas e acertar agulhas quando todos somos tão diferentes e eu fui quase todo o tempo um vulcão a controlar-me para não desbordar. 
Foram dias para sublinhar que o Amor é para ser levado a sério.
Tu minha pequenina fizeste-me rir e fizeste-me chorar, algumas vezes saiu-me algum palavrão; também me soubeste corrigir e soltar o monstro em mim uma vez entre outra - quem disse que faz mal?.
Foram dias de muita Luz, de muito aMar.

Na nossa Ilha.

Familia

 


O maior tesouro. A única herança.

Da Beleza

 








Dessa, que também nos cura.

Sindrome do espelho partido

Foi assim que eu fiquei.

Á toa, á procura da minha essência, perdida da minha personalidade. Submersa em sentimentos de muita tristeza, refém da depressão.

Agora sei finalmente o nome desta tempestade, sei o que enfrento, sei porque fiquei assim.

O mais duro é perceber o quão sozinhos temos que enfrentar estas coisas; mesmo os que nos são mais próximos, nem sempre sabem como amparar. E no meio da nossa profunda falta de forças, é preciso também compreendê-los.

Mas lavei-me no mar, chorei sozinha, fiquei em silêncio, deixei-me cair no colo da minha mãe como quando era pequenina e rompia um joelho. Os últimos dias foram os mais importantes na cura da minha espiritualidade.

(...)

Masterpiece

Felicidade

Pessoas felizes são as que fazem o Bem; são quase sempre as mais elegantes.

Entre tantas outras coisas:

"(...)

Escolher o tempo em vez do dinheiro.

Encontrar Deus no momento presente.

Música de Louis Armstrong.

Chocolates Godiva.

Escutar com os dois ouvidos.

Ficar acordada à espera dos pais.

O lado fresco da almofada.

Saber que ninguém sai vivo daqui.

Amar cada minuto.

Ter um pneu sobressalente.

Saber quando largar.

Sair da frente.

Deixar bilhetinhos numa lancheira.

Começar pela sobremesa.

Um baloiço de alpendre que chia.

Rezar pelos outros.

Jogar às escondidas com um bebé.

Saber o nome do carteiro.

Cantar canções de Natal em Julho.

Viagens até ao mar.

Carrosséis.

Pijamas de flanela.

Uma caixa de 64 lápis de cor.

Devolver o que pediu emprestado.

Podar macieiras.

Deixar gorjetas generosas.

Pagar as contas a horas.

Ajoelhar-se para rezar.

Cantar à chuva.

Receber cartas escritas à mão.

Deixar as teias de aranha em paz.

Pedir desejos às estrelas cadentes.

Meias novas.

Fogo de artificio. 

O amor dos avós.

O primeiro nevão do ano.

O salmo 23.

Andar descalça na relva depois de uma chuvada no Verão.

Tratar as pessoas com respeito.

(...)"

Regina Brett, in 50 lições para tornar possível o impossível

A beleza de um punhado de dias diferentes

 





Uma forma de gratidão

Ver estes como dias abençoados. Perceber que Deus quer sempre o melhor para nós, sejam quais forem as circunstâncias. Aproveitar a minha bebé que já vai a caminho dos três anos e eu quase nem dei pelos dias um a um no crescimento acelerado dela. Aproveitar para mimar o pai dela, porque não é fácil encontrar e viver um Amor como o nosso. 

Aproveitar para fazer aquilo que mais gosto: cuidar de quem mais Amo.

Para tudo o resto: Fé.

Bem vinda querida chuva

Precisamos muito de ti. Eu atravesso uma fase de maior introspeção, pelo que considero-te a melhor canção dos meus dias.

(...)

Nem eu sabia o quanto estava - estou - de facto ferida. Aguentamos demasiado tempo situações nocivas, sem sabermos se mais à frente vamos conseguir suportar a factura. Espero que o tempo da cura não seja longo, que a minha capacidade de lamber as feridas seja eficaz.

E que Deus me ampare.

Isto de resolver assistir a um novelão tanto tempo depois - anos - sem quase sequer dar tempo de antena à silly box, tem despertado em mim a curiosa percepção de que sinto falta de romantismo nos meus dias, e ao mesmo tempo estou a reaprender essa coisa tão simples e natural de deixar cair as lágrimas no meio de uma emoção boa.

São espelhos, quando os outros sofrem ou quando os outros riem.

Adoro


Estas ocasiões raras em que um cover supera um original tido como indestronável uma vida inteira.

Para a minha filha Maria


És tu a maior graça que Deus me deu. O que eu sinto por ti não é dizível, não é poemável, não é sequer cantável. Vieste enriquecer a minha experiência espiritual neste mundo, vieste ensinar-me - ainda estou a aprender - que não controlamos absolutamente nada na vida.

Isto de sermos adultos e acharmos que os filhos têm tudo para aprender connosco, por vezes turva a visão da grande aprendizagem: que são os filhos quem nos vem ensinar as maiores lições.

(...)

Isabel II

O mundo de olhos postos na saúde debilitada desta senhora Rainha, inigualável na História do mundo. Creio que foi Tony Blair que disse a coisa mais bonita e mais grande que escutei sobre ela:

"Um dos últimos grandes símbolos de estabilidade, num mundo cada vez mais instável."


A segunda musica da Márcia que marca um tempo da minha vida.

 


Em 2022 mais de metade ido, ainda cá andamos aos trambolhões a aprender a cair. Hoje o nosso governo vai ditar novas medidas de apoio à população por causa de uma inflação que nos esgana. Digamos que a pandemia já nos habituou a todos a viver num permanente à espera de novas medidas, num mundo que se torna mais e mais cansativo e menos justo.
Este prédio "nasceu" aqui perto de casa - que eles agora nascem mesmo como as ervas daninhas, de um dia para o outro. Reparei hoje que no topo alguém colocou a bandeira da Ucrânia. Aquela gente continua em guerra, já se deixou de contar mortos e eu continuo sem perceber que em nome do poder ou da liberdade, uma monstruosidade assim se justifique.
E em Angola, na minha terra que eu não conheço, aqueles jovens a reclamarem desesperados por comida e educação, a tentarem pedir ajuda através de um voto politico e afinal tudo amanhece igual porque os homens do poder estão demasiado ocupados com contagens polémicas para perceber que é mesmo urgente permitir um horizonte aos povos, sobretudo aos jovens que são quem vai atuar no futuro.
No Paquistão aquelas cheias a matarem tanta daquela gente que já é tão pobre, num retrato imediato de que há sempre muita gente que está bem pior do que nós, que para já estamos preocupados com a subida do preço do peixe ou do gás.
Nos últimos tempos a nível politico as duas coisas que realmente gostei de ver porque me pareceram genuínas, foi aquele Hasta la vista baby do senhor Boris Jonhson e as lágrimas da nossa ex-ministra da Saúde a senhora Marta Temido. Parece-me que estas duas pessoas chegaram ao ponto de serem verdadeiras consigo mesmas, e isso para mim faz toda a diferença em qualquer ser humano.

Como diz a canção dos Titãs: 
quando já não houver saída, ainda assim há-de haver saída

Para reflectir

Tendências no mundo do trabalho

Benefícios

Agosto foi um mês de muito Amor. No meio da tempestade tive a sorte de me poder dedicar à minha mãe e à minha filha, como eu gosto e como eu sei. É sempre um tempo que não sabemos quando voltará a acontecer.

Tenho dormido - acho que ainda estou a recuperar sonos desde o nascimento da Maria, e já lá vão dois anos e meio.

Tenho refletido sobre algumas mudanças necessárias na minha vida, desde a alimentação à gestão financeira.

Também voltei a ler. Neste Agosto foi-me finalmente possível ler um livro inteiro sem o cansaço a minar-me.

Tenho cuidado com mais verdade da minha saúde mental.

(...)