O senhor Will Smith e o palco da violência

Ainda estou á espera que alguém o ponha no devido lugar. 

Até lá já ganhou um Óscar e até a primeira página de um jornal português.

Gosto tanto daquela árvore

 


Sobre o mau uso do poder

 


Sobre a facilidade com que se cai no ridículo.
(...)

Tem sido atordoante ouvir ou ler qualquer noticia, a qualquer hora, em qualquer meio de comunicação. A Ucrânia tornou-se numa bandeira mundial e ao mesmo tempo num presságio de maus ventos. Ao mesmo tempo choca-me como ao fim de um mês a guerra já se normalizou para a maioria de nós. Verdade seja dita que não poderia ser permanecermos chocados. Mas seja COVID seja guerra, nada parece resistir à nossa indiferença crescente. Habituamo-nos seja ao que for.

(...)

É impossível andarmos, comermos, dormirmos, com a mesma leveza e firmeza de antes. Estão crianças a chegar sozinhas, fugidas da guerra, a lugares quaisquer. 

Há uma coisa bem diferente nesta guerra. Os voluntários não precisam de se esconder para fazer o bem. E são imensos, e sorriem. Quanto não valerá um sorriso ali? 

(...)

Bom demais


São poucas mas imensamente grandes as coisas que neste momento me levam para um bocadinho longe de toda esta parafernália em que se está a transformar o mundo: musica, natureza, a minha filha, horas de bom sono, um banho de água quente.
(...)

Mãe curandeira

Um banho de pétalas de girassol e mel. Muito amor, muita oração.

(...)

Sanidade mental

Tinha lido aqui e ali, tinha sido alertada por uma ou outra amiga, de que óleo e azeite já estavam a ser "racionados" em algumas grandes superfícies. Não valorizei até que realmente fui ao Continente e vi a grande e verdadeira prateleira do óleo Fula, vazia.

Esperar o quê?! Se outrora ficamos assustados com a falta de papel higiénico, imaginem quando se fala de géneros alimentares.

E é sempre o talento


O que mais me comove.

Não podemos perder a Esperança

 


Apesar do desânimo, após um dia de chuva tão almejado - e venham muitos mais - o Sol espreitou lá em cima bem junto aos telhados mais altos.

Zelensky

Aí temos o próximo Nobel da Paz. Desde Martin Luther King que não ouvíamos discursos assim, com tanta veemência e certeza. Sabe bem saber que ainda existem homens assim. 

No entanto, nesta luta pelo Bem, o preço a pagar é sempre demasiado alto. Paga-se com vidas. E fica sempre esta triste sensação de que o Homem irá subjugar o Homem, numa guerra ridícula de comuns mortais que se sentem deuses, ad eternum. Por um punhado de terra que na verdade não pertence a ninguém.

Nada é nosso. Todos estamos aqui de passagem.

Nos últimos dias tenho pensado nos milhares e milhares de pateiras que se afundam há anos no oceano, com africanos que ninguém quer receber em parte nenhuma. E na quantidade de ucranianos há uns anos no nosso país, que poucos tratavam com respeito e dignidade. Nesse tempo soube de senhoras ucranianas com formação superior, a trabalhar em casa de abastadas senhoras portuguesas a troco de comida. O espelho da solidariedade que esconde muita hipocrisia.

(...)

No passado dia da Mulher

Ouvi tantos absurdos. Que não deveria celebrar-se o dia da Mulher e sim o dia LGBTQ etc etc - assim uma espécie de dia hiper-mega justo, que nos englobasse a todos, isso é que era pá! Que continuamos a ser menos porque maioritariamente são as mulheres ucranianas que partem com os seus filhos e os maridos ficam a combater - como se ficar a combater fosse menos difícil do que partir. 

Tenho a certeza de que ainda nos falta muito por conquistar, mas todos os dias grandes Mulheres continuam a fazer grandes conquistas. Grandes Homens estão ao nosso lado e devemos estar gratas por isso.

No passado dia da Mulher fiquei em casa, não fui trabalhar. A Maria adoeceu e pela primeira vez desde que ela nasceu, não hesitei em dar-lhe o lugar prioritário que sempre foi dela mas que muitas vezes descuidei em prol de uma relação laboral. Por ser um dia tão especial o melhor exemplo que poderia dar à minha filha foi este: estar viva e desperta na luta pelos meus direitos e sobretudo pelos dela.

(...)

O ano da mudança


2022. O ano em que mudo por dentro, em que tanta coisa muda do lado de fora. Não tenho mais paciência para algumas pessoas, eu nem sequer quero ter. Aprendo já tarde que preciso urgentemente de poupar e pensar no futuro, que pode afinal não ser nada fácil. E que tudo é demasiado breve para vaidades tolas. Que a Maria é mais do que a sorte grande, ela é a semente que me foi confiada. E é nela que tenho que depositar tudo o que em mim houver de esperança e amor intactos. 
O ano em que acordo das histórias de encantar, mas o ano também em que fico de espinha dorsal mais ereta. Envelheço e sinto-o, estou mais cansada.
O ano para aprender o difícil exercício de não temer: Deus está presente.

O dia em que a COVID ficou pequenina

 


Não sei o que dizer ou sequer escrever, que às vezes escrever torna mais fácil exorcizar a tristeza mas neste caso não. Parecia impensável cairmos no erro de repetir este atropelo: comboios repletos de gente apavorada e triste, filhos separados de pais à força, bombas e tanques de guerra.
A vergonha de voltarmos a escrever livros de História para os nossos filhos, onde se conte novas guerras. 
E o pavor de não sabermos - porque ninguém sabe - a que destino nos conduz a loucura destes dias.

A ironia

 

parede do Palácio dos Príncipes