Vontade de viajar

Sozinha.

Eu e a Torre

Outra vez parada aqui, nesta minha tão pequena e insignificante mas por vezes dolorosa existência. Ao fim de uns dias a fazer noites, mesmo repondo algum sono em manhãs partidas, desmorono cá dentro. Porque há coisas que não vão bem com a Maria, com a casa, comigo mesma. Há um nível de incompreensão que fica a saber a falta de colo, a falta de quem cuide. Ao ponto de não estar já sequer a conseguir manter o telefonema diário para a minha mãe. Não me apetece. Já não me apetece nada nem ninguém. Momentos da batalha em que me sinto sozinha e em que tentar desabafar só piora as coisas. E eu aguento tudo, mais ou menos ao longo da vida fui sempre sozinha nas minhas batalhas, pelo menos foi assim que sempre me senti no caminho. Fraquejo num ponto chamado Maria. Ninguém percebe que a minha filha não pode tomar penicilina como quem toma benurons. E que ela não é uma barbie ou um peluche. E eu só tenho mais é que perceber que ninguém tem obrigação de nada e que se eu não estou bem, ponho-me. E porra, deixem-me em paz, que bastam-me as obras infernais no andar de cima. Deitar-me às 2h da madrugada, levantar-me às 7h para preparar a minha filha e não voltar a dormir mais porque às 8h começam as marteladas. E não há ninguém - ninguém - que me cuide ou valorize. Há quem me estique, quem puxe ainda mais por mim, quem me repreenda, quem ache sempre que eu tenho que fazer melhor.

A fritar a pipoca, sabem. Vontade de desligar o botão e ser esquecida de vez por todos.

Eu só quero dormir.

Talento puro

Alguma esperança neste mundo cão

Saber daqueles jovens universitários, que nos Estados Unidos se manifestaram e se sujeitaram à violência policial, para dizer NÃO à guerra em Gaza.

(...)

Brutal

Maio

Mês de Maria. Mês de Amor. Mês de Luz.

(...)

Dia da Mãe

Foi ontem, dia 5 de Maio.

Ás vezes tento, forço uma ponte de ternura com a minha mãe, e essa ponte precisa de dois lados para existir. Tento. Ontem só fiz um esboço de tentativa, nem sequer fui capaz de insistir. Ontem estava tão exausta que optei por ser só mãe. Mãe da minha Maria, do meu Sol de menina, do meu Amor perfeito.

Que me perguntou do nada: "Mamã, porquê que tu nunca ficas doente?"

(...)

Ontem dia da Mãe. Dia de festa para ela e o pai, dois leõezinhos autênticos, felizes, porque o Sporting foi Campeão. E enquanto eu me dedicava a dobrar um Evereste de meias e cuecas, eu e o pai decidimos coisas importantes. Porque é assim que a vida acontece de verdade, nas decisões. No Viver, sem ficar à espera da hora perfeita ou de grandes momentos.

Dia da Mãe, dia de muitas coisas que nunca mais vamos esquecer.

Adenda ao post anterior

Ás vezes surge o dilema entre o que sabemos que não deve ser negociável, e os nossos valores muitas vezes acima de direitos e deveres, de décadas de luta, bulas papais e o diabo a quatro.

Gente, fazer um turno das 7h à meia-noite num Hospital, pode mesmo ser necessário. O que não pode é ser um hábito, uma coisa que se repete. Mas num caso isolado, sim. Trabalhamos para o doente, a máquina tem que funcionar sempre. E nos bastidores estão pessoas, que adoecem, que morrem, que falham. 

Aos 45 anos o turno mais longo de trabalho que fiz, foi num dia do trabalhador. Voltarei a fazê-lo, se a minha consciência ditar. Sem que isso ponha em perigo tudo aquilo em que acredito e o quão estou grata a todos aqueles que lutam arduamente pela garantia dos direitos assegurados de todos nós.

Mãe, hoje também é o teu dia

Tenho saudades tuas.

Apesar de muitas vezes sentir que vivemos em planetas diferentes.

Sabes, nunca senti de ninguém um amor tão incondicional como o que tu tens por mim. Sinto pela minha filha um amor maior do que por todas as coisas do mundo juntas; e talvez só por isso eu compreenda tamanho amor que me tens.

Obrigada Mãe, serás para sempre a minha primeira e única casa no mundo.