Os dias já estão maiores. Alguns passarinhos chegaram mais cedo e já andam em guerras felizes naquelas árvores de folha perene. Já vi brotos verdinhos em ramos nus.
Não me canso de fotografar o céu azul, as árvores despidas, os tapetes de camélias desfeitas no chão. Há uma grandeza comovente no silêncio em que as estações acontecem. No dia a dia das nossas vidas atarefadas e atrofiadas, quase nem percebemos a força e a certeza com que se veste e cose a natureza. E o que somos nós, senão filhos dessa mesma mãe-natureza? Que constipamos no Inverno, suicidamo-nos na Primavera, somos mais felizes no Verão e deprimimos no Outono.
Preocupamo-nos demais. As coisas vão acontecer.
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