Hoje a minha mãe ligou-me três vezes. O habitual, para nada. Mas estava mais meiga e paciente do que o costume. A minha mãe sabe quando não estou bem, ela pressente quando preciso de colo. Dei comigo a pensar que se tudo correr mal na minha vida, enquanto ela viver terei sempre aquela asa para me abrigar, terei sempre uma casa para onde fugir. E pensamento traz pensamento: hoje por hoje, se não tivesse a Maria, teria comprado um bilhete de avião com dinheiro alheio, rumo à ilha. Rumo àqueles fins de tarde mágicos, rumo ao vento a rodopiar no cume das montanhas nuas, rumo ao silêncio. 
Para ficar.
(...)

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