Embora eu seja profundamente crente em Deus, amo a forma crua e sincera - e visivelmente inquietante - com que Saramago expõe a sua descrença. Quando estive em casa dele, por toda a parte - paredes, livros, quadros, objectos - havia esta questão muito presente. De tal forma que cheguei à conclusão que Deus para ele era mais importante do que para a maioria.
Cá em casa tenho um descrente crente em part-time. Ás vezes discutimos por questões destas. Mas o importante é ele ser lucido e bom, ser limpo de ideias e praticar o Bem. Como disse Caetano Veloso a uma Bethânia que se auto-questionava: Deus sou eu.
Nisso eu acredito: Deus está e é cada um de nós. Respeito a forma divergente de pensar ou sentir, compreendo exposições claras e que fazem muito sentido, especialmente em Homens de ação construtiva. Quem conhece bem a obra de Saramago, até ao ultimo caderno escrito, sabe que ele era um ser humano com profundas preocupações sociais. Era um ser inquieto, e do Bem. E isso basta.

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