Talvez porque haja sempre preocupações maiores.
Sinto com angustia que o desconfinamento não é de todo o regresso à normalidade. Roubaram-nos qualquer coisa que não sei bem explicar o que é, que agora por mais que saiamos, já não é mais a mesma coisa. Bem cá dentro fiquei aprisionada numa espécie de quarentena emocional sem data para terminar. Há uma grande instabilidade no ar, muita gente que começa a não estar bem. Muitos fins de linha inesperados, e o todo é o mesmo novelo, em que a ponta de outro quem sabe acabe na minha. Há muita gente - demasiada - a sofrer um doloroso baque financeiro. Há patrões desesperados, bons patrões. Há empregados - bons empregados - que perderam ou vão perder os seus empregos. Há uma necessidade urgente de bom senso nas relações, ao mesmo tempo que cabeças e corações começam a fervilhar. Há muito medo do futuro incerto. A crise de 2008 trouxe tantos suicídios, lembram-se? Dizem os entendidos que aquele cenário tão grave, é suave perto deste... Não sinto alegria praticamente nenhuma, em ir lá para fora aproveitar a vida e os dias.
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