"Aquilo que temia está formalizado. Embora reconhecendo dificuldades na aplicação, como se isso suavizasse alguma coisa, a DGS pede que nas CRECHES as crianças não partilhem brinquedos e que se tente um distanciamento de dois metros entre cada criança. Estamos a falar de crianças até aos 3 anos que nunca vão perceber porque não se podem aproximar dos outros. Que se forem sistematicamente impedidas de estarem juntas vão apenas assimilar que brincar é errado, que o afecto é errado, que elas mesmas têm algo de errado. E vão crescer com essa sensação, bastando alguns meses para lhes ficar impregnada.
Não se centrem na crítica de que isto não é possível de aplicar, desvalorizando o impacto destas medidas. Se os profissionais de educação se sentirem pressionados a diariamente tentarem impedir as crianças de interagir, há aqui uma forte possibilidade das crianças começarem realmente a alterar padrões inatos de comportamento. Quem já ouviu falar de Pavlov sabe bem do que falo. Ainda há a possibilidade das creches não abrirem. Mas caso abram, não vamos coletivamente permitir que se iniciem práticas que deixarão marcas emocionais profundas na infância. Ou se abre creches e protegemos as crianças de algo que pode muito bem ser bastante mais grave que o vírus, com medidas de higienização mas deixando o brincar INVIOLÁVEL, ou então não se podem abrir creches. E o mesmo para os Jardins de Infância. A minha filha não vai para a escola para ficar colectivamente isolada.
Só vejo uma solução. Isto já não vai lá com petições. É preciso uma RECUSA em MASSA de pais e profissionais de cumprir estas orientações."
Expressão da minha terra que significa coisas tão diferentes e opostas como repugnância, enfado, surpresa, alegria, alivio, espanto. Expressão que me lembra a minha avó e me une à minha África-berço que não conheço. Uma palavra inteligente, que obriga a interpretar por inteiro a frase, incluindo a entoação e o sorriso ou a interrogação que dela fazem parte.
Muito importante
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