Expressão da minha terra que significa coisas tão diferentes e opostas como repugnância, enfado, surpresa, alegria, alivio, espanto. Expressão que me lembra a minha avó e me une à minha África-berço que não conheço. Uma palavra inteligente, que obriga a interpretar por inteiro a frase, incluindo a entoação e o sorriso ou a interrogação que dela fazem parte.
Must have
Gente pior do que o vírus
Those are the days
A mudança a instalar-se
Bom dia Vida
Obrigado pelas dificuldades, por vencê-las. Obrigado pela tua infinita paciência comigo. Tenho muito mal gasto os meus últimos dias mas ainda este ano quero sair da roda do hamster e ser do mundo e fazer coisas pelo mundo; aflige-me muito este vivermos tão só para nós mesmos, como se o nosso umbigo fosse uma espécie de sol ou rosa dos ventos. Prometo-te que vou estar atenta, devo-te isso.
Obrigado pela magia todos os dias, pelo milagre Maria e pelo amor Luís. Obrigado pelo pão, e pela paz. Obrigado por ter pernas, por causa do video que publiquei aqui há dias, sobre as shorts do Nobel Prize. Obrigado pela imensa sorte de viver em Portugal. Obrigado por ter um emprego, por ter uma família. Obrigado por cada dia, e por cada coisa pequenina que me esqueço de te agradecer.
(...)
Gente assim
Mistério
Houve um dia qualquer lá atrás, em que este foi o nosso drama, o nosso dilema. Por mais que conheçamos exemplos de famílias felizes onde há um portador de Sindrome de Down, não queríamos que acontecesse com a nossa menina. Hoje olho para a Maria e sei que se tivesse acontecido, não tenho duvidas de que ia amá-la da mesma forma, fosse ela preta azul ou amarela. O problema de qualquer criança desrespeitada e ferida na sua identidade, seja porque tem Sindrome de Down ou porque é uma Valentina, é o mundo lá fora. E por essa razão, eu continuo a agradecer a Deus todos os dias, não ter que ajudar a minha filha a lidar com essa limitação. Admiro muito os pais que fazem essas crianças maravilhosas tão felizes, e que têm a força para partir pedra neste mundo injusto, e arrancar o sol das nuvens todos os dias para os seus filhos. Para mim, esses pais são heróis.
De resto a bebé deste video é a coisa mais linda do mundo.
Dia D
Do melhor que a vida tem
Uma boa fatia de mar
A Maria
As idas à praia não me preocupam
13 de Maio
A pequena Valentina
Só para contrariar
Muito importante
"Aquilo que temia está formalizado. Embora reconhecendo dificuldades na aplicação, como se isso suavizasse alguma coisa, a DGS pede que nas CRECHES as crianças não partilhem brinquedos e que se tente um distanciamento de dois metros entre cada criança. Estamos a falar de crianças até aos 3 anos que nunca vão perceber porque não se podem aproximar dos outros. Que se forem sistematicamente impedidas de estarem juntas vão apenas assimilar que brincar é errado, que o afecto é errado, que elas mesmas têm algo de errado. E vão crescer com essa sensação, bastando alguns meses para lhes ficar impregnada.
Não se centrem na crítica de que isto não é possível de aplicar, desvalorizando o impacto destas medidas. Se os profissionais de educação se sentirem pressionados a diariamente tentarem impedir as crianças de interagir, há aqui uma forte possibilidade das crianças começarem realmente a alterar padrões inatos de comportamento. Quem já ouviu falar de Pavlov sabe bem do que falo. Ainda há a possibilidade das creches não abrirem. Mas caso abram, não vamos coletivamente permitir que se iniciem práticas que deixarão marcas emocionais profundas na infância. Ou se abre creches e protegemos as crianças de algo que pode muito bem ser bastante mais grave que o vírus, com medidas de higienização mas deixando o brincar INVIOLÁVEL, ou então não se podem abrir creches. E o mesmo para os Jardins de Infância. A minha filha não vai para a escola para ficar colectivamente isolada.
Só vejo uma solução. Isto já não vai lá com petições. É preciso uma RECUSA em MASSA de pais e profissionais de cumprir estas orientações."
Uma nova ordem lá fora
Tempos de paciência; e de Fé
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The show must go on
O nosso comportamento estético
Vai ser estranho adaptar o look. Colocar brincos giros, fazer uma make up obrigatória para tanta gente, e depois por cima colocar aquela catrefada de acessórios para nos protegerem a vida, a nossa e a dos outros. E quando chegar o calor a sério, o efeito estufa vai causar sérios estragos aos arranjos matinais. As pessoas vão ficar naturalmente menos atractivas e mais frustradas na sua tentativa de brilhar. Num mundo onde a aparência estética é cada vez mais o único cartão de visita de muitos.
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Impossible relationships
Não há pachorra para os mais diversos reality shows que diariamente invadem os meios de comunicação, com caras caretas e histórias que confesso que não compreendo como podem interessar a alguém. São formas de esvaziar a mente, e enchê-la de novo com coisa nenhuma. São formas estranhas de espiar a vida alheia, formas graves de vender a própria história. Mas é isto a tal barreira da liberdade, que diz que onde começa a minha acaba a do outro. Zero pontos para mim.
E num país onde se passa de bestial a besta em segundos, parece-me incrível que os portugueses estejam mais preocupados em criticar o jornalista Rodrigo Guedes de Carvalho na sua entrevista à senhora ministra da Saúde, do que com o fundo e importância das questões colocadas. Questões essas que ficaram sem uma resposta objectiva alguém reparou?, questões essas que são também a preocupação de outros tantos portugueses que agradecem ao jornalista ter tido a coragem de lhes dar a voz. Afinal o senhor Rodrigo também é português, também ele vive os mesmos difíceis tempos de CV19 que todos nós, e também ele se deve ter saturado uma e outra vez com recorrentes discursos incoerentes sobre a necessidade do uso de máscara, num governo no qual também eu votei, que nos deve respostas sim senhor. Não foi isento e foi inquisitório, e eu agradeço-lhe porque me aborrece solenemente vivermos num país de falsos bem educadinhos onde é tão primordial mantermos as aparências. Foi conciso e não acusou ninguém. A noticia faz-se em busca da verdade e fazer a verdade aparecer, ás vezes dói. Desta feita, numa conversa cá em casa a propósito da dita entrevista, foi-me dito que o que mais há são portugueses de segunda - nos quais claramente o discurso me envolvia - que mesmo que além fronteiras se diga que somos os maiores, estão sempre dispostos a criticar e a puxar as orelhas. Ora bolas, essa doeu. Mas de todo, não me incluo nessa classe de portugueses, os maldizentes só porque sim. Incluo-me na classe que puxa as orelhas sempre que acredita que falta crescer. Acho importante mas não me envaidece que lá fora digam que somos os maiores nem sempre concordo, sinto-me mais focada no que realmente somos cá dentro.
Ter opinião própria, às vezes custa. E digo-o por experiência: respeitar a dos outros, também.
Mãe*
Tenho poucas certezas na vida. Uma delas é que terei sempre um lugar junto da minha mãe.
(...)
Pela primeira vez, celebro este dia sendo alem de filha, mãe também. Compreendo mais coisas. Sei agora que mães fortes são às vezes tão frágeis. Aprendi que afinal também se vive com o coração a bater lá fora, noutro peito. Descobri que aumentam os medos, mas também a força.
Quando as coisas acontecem naturalmente
Isto num pós-parto e pós-quarentena, é quase recomendação médica. Se bem que a instrutora oficial cá em casa é mesmo a Maria. É ela quem dita as regras e marca os tempos. Ás vezes acaba comigo antes de que me ocorra sequer um esboço de plano de me sentar na bicicleta. De maneiras que não sei ainda que ritmo vai ditar este compasso.
(...)