Outro do caçador.
Não apetece tirar o pijama, tomar banho, fazer a cama, preparar o jantar. É preciso uma boa dose de disciplina e de muita força interior, que eu nem sempre tenho e nem sempre quero ter. Demasiadas mortes, famílias inteiras a desaparecerem, números assustadores sempre a somar.
Penso na minha família lá longe, nas nossas crianças, no emprego que tantos de nós vamos inevitavelmente perder. À noite deito-me muito cansada sem ter feito grande coisa, e tenho pesadelos.
(...)
Não vamos todos ficar bem. Não vamos.
De resto, a enorme consolação de que tudo passa. Somos ainda o ser vivo com maior capacidade de adaptação.
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