Gosto daquelas varandas em Itália, cheias de mensagens de esperança em desenhos pintados por crianças fechadas em casa. Gosto das famílias em Espanha a jogarem ao bingo de umas janelas para outras; de repente num bairro ouve-se alguém gritar 93 e num prédio vizinho alguém grita um feedback a plenos pulmões. Não acham incrível? Gostei das nossas palmas em sintonia para os nossos profissionais de saúde, mas mais do que isso o que eles realmente precisam é que fiquemos em casa. Não vou falar sobre a pasta da Saúde porque acho que está muito mal entregue. Gosto que o senhor António Costa mantenha o sorriso que tanto o caracteriza - mesmo ao ser portador de tão más noticias - e que o senhor Centeno tenha sabido ser apaziguador em tempo de tanta incerteza. Sobre o vírus e as medidas preventivas, em algumas coisas sinto que nos tentam enganar, nos tentam conduzir, o que dado o cenário se pode compreender, são os chamados danos colaterais. De resto tenho a certeza de que depois de tudo isto passar, vamos conseguir ler as mensagens e lições entre linhas. Vamos despertar para comportamentos mais conscientes, que na verdade já deveríamos ter adoptado faz tempo. Vamos perceber que o jejum destes dias tem uma face estranhamente positiva; é como se as ruas desertas dessem algum descanso de nós ao planeta. Talvez devêssemos mesmo ponderar que uma vez por ano todos nos poderíamos recolher nas nossas casas durante quinze dias, numa espécie de detox do planeta. E porque não? Bem pensado e bem organizado, para não asfixiar a economia.
E pensar que aquela gente da Síria, daria tudo, para mesmo assim, estar na Europa.
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E pensar que aquela gente da Síria, daria tudo, para mesmo assim, estar na Europa.
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