Supermercados

O palácio dos pobres, como lhes chamou um dia a querida Agustina Bessa-Luís.
Não voltamos a frequentar, desde que começamos a quarentena. Com muita dificuldade, mas temos conseguido fazer as nossas compras online. Pontualmente usamos mercearias, locais muito menos frequentados e portanto mais seguros. Evitamos filas em troca de pagarmos mais caro tudo o que nos chega à mesa. Começamos aos poucos a ganhar consciência sobre o imenso tempo desperdiçado em caixas de supermercado, sobre o assédio constante em todas as prateleiras de todos os supermercados, sobre as desnecessárias idas se não diárias, semanais. Este mês, como a grande maioria dos portugueses, excedemos-nos nas compras. Às vezes pergunto-me porque tardamos tanto a perceber a realidade.. De Espanha ouvi uma frase que me chocou: Em breve as pessoas vão perceber que afinal não falta nada nos supermercados, faltarão sim caixões para tanta gente.
Um dos objectivos para Abril, vai ser a contenção. Não porque nos pode um dia faltar, mas porque definitivamente é hora de sermos pessoas menos aceleradas, mais contidas, menos precisadas.
Está na hora de começarmos a crescer.
(...)

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