Furo na quarentena

Saímos com a Maria, porque impreterivelmente não pode perder as vacinas do Plano Nacional de Saúde. No Centro de Saúde fiquei perplexa com a arrogância da administrativa que nos tratou desde o primeiro segundo como se de contaminados se tratasse, como se tivéssemos a lepra ou a peste negra ou o coronavírus! E se tivermos? As pessoas podem sorrir na mesma, podem ser delicadas na voz e simpáticas no trato, até ao telefone isso se nota e cai bem. Não é com falta de educação que se vai vencer o vírus, de todo. De resto espero sinceramente que tenha sido caso único e não seja assim que estejam a tratar os nossos doentes por essas Instituições Publicas de Saúde afora.
No regresso a casa paramos numa mercearia na zona das galerias de arte. Pagamos vinte e seis euros por verduras e fruta, e não, não açambarcamos! Acho bárbaro que com tudo o que está a acontecer, comerciantes se aproveitem do cenário e carreguem nos preços, acho incrível não haver nenhum controle sobre isso. De carro pelo centro da cidade, vi - na minha opinião - demasiada gente na rua e sem protecção. Demasiados idosos, descontraídos e indiferentes.
Conseguimos comprar pão fresco, tão bom! E vi o mar!
Senti um aperto muito grande no peito por ver tanta casa fechada, a baixa da cidade deserta e um certo cinzento silencioso em todas as ruas.
Deu para perceber que a Liberdade vai nascer de novo, no dia em que nos disserem que podemos retomar a nossa vida. Vamos deixar de ser aqueles que tinham tudo e nem sabiam.

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