O sexo na gravidez

Por circunstancias de risco que acredito que aconteçam com muitos casais, eu e o pai da Maria levamos com bandeira vermelha logo desde o inicio da gravidez e por um período mais ou menos longo. Quando levantaram a bandeira verde tivemos que lidar com os medos que já tínhamos cultivado, por mais que estivessem desmistificados pela imensa informação que nunca nos faltou: e se a magoamos? E se vamos propiciar infecções? Etc etc.
Acho que dentro da normalidade, lidamos lindamente com a situação. Encontramos sempre a forma perfeita de nos amarmos, mesmo nos tempos de bandeira vermelha.
Nunca descuidamos o desejo, o imenso amor nos bastidores, os abraços fundos todos todos todos os dias, os mimos ao acordar, o cuidarmos um do outro como já fazíamos antes de existir a Maria.
É importante o nosso trabalho interior enquanto mulheres, ainda que grávidas. Manter sentimentos de segurança em relação ás enormes mudanças no nosso corpo físico, não subestimar a libido nem desenvolver sentimentos de culpa, não nos esquecermos da realidade das alterações hormonais e conversarmos abertamente com o médico se for necessário. Mantermos presente que uma relação intima egoísta é um ruído primário na comunicação dos casais. Mais do que a palavra troca, é a palavra partilha de preliminares e posliminares* que implica sincera disponibilidade e amor. Não acredito que existam fórmulas mágicas, acredito sim na sorte de cada um aliada ao trabalho diário que uma vida a dois implica.
Se não se tem alicerces de afecto bem cimentados, estas questões do sexo na gravidez (ou na doença por exemplo) podem balançar bastante as relações.
O sexo é fundamental na vida de um casal; não deve ter nem mais nem menos importância do que a que realmente tem. Saber lidar com contrariedades e manter a chama viva, exige um bem querer maior: esta é talvez uma das primeiras grandes aprendizagens que a maternidade / paternidade nos proporciona.

*Talvez tenha inventado uma palavra nova. Os posliminares são tão importantes como os preliminares, na medida em que prolongam a sensação de bem estar, estimulam sentimentos de uma enorme segurança. Assim a grosso modo, os posliminares confirmam-nos que o fizemos foi Amor do bom.

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