It´s a kind of magic

Têm sido dias de pequenas grandes vitórias.
Muitas consultas seguidas; chegar ao fim dos dias morta de cansaço mas muito feliz com os bons resultados.
Depois de alguns trambolhões, estamos de parabéns minha Pequena. Que Deus e a sorte grande nos continuem a acompanhar assim.

Só para contrariar




Primavera na ilha

Quem sai aos seus

O pai da Maria desperta todos os dias com um som no telemóvel que parece uma metralhadora. Uma coisa pavorosa que o faz, com alguma frequência, saltar da cama. Apesar de tudo sou a mais incomodada, eu nunca reajo com sobressalto, como ele.
Alguns minutos depois toca o meu, muito zen, em modo de reanimação cardíaca pois já quase morremos há instantes com a metralhadora do outro lado da cama.
Esta semana aconteceu uma coisa engraçada. A Maria despertou sobressaltada com o despertador do pai. Foi giro e único; acordamos as duas ao mesmo tempo, mas ela num sobressalto muito igual ao do pai. Fiquei ali quieta na cama, a rir-me sozinha. A Vida é realmente mágica.

A tomada de posse do novo Governo, hoje



Com uma atitude sempre critica ou não seria eu, contribuí para isto e acredito que foi a melhor opção.
O senhor Marcelo esteve muito bem, muito igual a si mesmo no discurso. Gosto que de maneira fina ele alerte que o povo não é tonto, e que estamos atentos mesmo que não estejamos.
O senhor Costa, a quem admiro a postura e o desempenho não deve ser nada fácil governar um país, mostrou-se seguro dos feitos e confiante no futuro quase demais, numa atitude inclusiva e optimista a que mais ou menos já nos habituou a todos.
Mesmo assim penso naquela catrafada toda de novas caras, nos novos ministérios havia mesmo necessidade?, e tenho duvidas se realmente isso se vai traduzir num melhor desempenho ou se apenas é o PS num modus operandi sem grandes novidades, a sapatear à descarada amiguismos tachos e cambalachos.
Nem tudo é perfeito, mas vamos acreditar no melhor, que o país precisa e merece.

O bailinho na Assembleia da República

Não acho, de todo, normal o que na politica é permitido nos dias de hoje.
Causar impacto tornou-se mais importante do que saber estar. Esta gente marca presença em determinados lugares, como quem vai a um desfile de moda onde vence quem mais impacto causa pelo choque da diferença / novidade.
Faria toda a diferença se o assessor da senhora deputada do partido em questão, se vestisse assim no seu dia a dia mas desconfio que não. Portanto a tratar-se apenas de uma imposição / exposição mediática, olhei para os dois e não consegui ver mais do que a fome e a vontade de comer juntas. E se calhar sou quadrada, rectangular, uma velha do Restelo, sei lá. Sei muito poucas coisas, aliás quase nenhumas. Mas sei que não é este o mundo equal que reclamo para a minha Maria. Há valores tão maiores, tão mais importantes. Desvirtuamos o cerne das questões actuais mais preocupantes, em meio de vaidades tontas, desfiles de bobos e imposições de nada.
Haja paciência!

Again and again



Aquela musica, a que me dá colo.
Ando sensível até à medula. Hoje na primeira aula de preparação para o parto, deu-me para chorar. Éramos mais do que uma dezena, alem dos pais acompanhantes. A enfermeira é uma doçura de pessoa, já tinha estado com ela uma vez, logo no inicio da gravidez quando perdi sangue e pensei que perdíamos este bebé também. Nunca me esqueço das palavras e do abraço que esta enfermeira me deu naquele dia.
Foi no instante em que ela descrevia o acto de expulsão no parto, que me caíram as lágrimas. Dei comigo a pensar nas perdas anteriores, e que desta vez Uau! já chegamos até aqui.
Cada dia tem sido um milagre. Ando especialmente cansada e nos últimos dias com muita vontade de ficar quieta e sozinha. Psicologicamente tem sido intenso, tento fazer de mim mesma uma grávida normal, mais piegas ou menos, com mais quilos ou menos, mas normal. Tento não aborrecer ninguém com as minhas duvidas e medos e não me transformar numa vaca pesada.
O certo é que hoje quando percebi que apenas eu estava para ali a tentar controlar as lágrimas que acabaram por ser incontroláveis, dei comigo a pensar que se calhar não estou a viver a gravidez de forma assim tão normal.
Sinto-me pequenina e só me apetece fugir para o abraço da minha mãe, logo agora que também eu tenho que virar leoa; acreditam?
Anyway, estou a fazer o melhor que sei e que posso.

Entre Vila Nova de Cerveira e Caminha





À medida que envelheço, percebo mais e mais a importância da minha gente na minha história. São gente simples, gente humilde, gente brega e gente de briga também.
Que fazer, são a minha gente. É para eles que vou ter vontade de correr no ultimo dia da minha vida.

Formas válidas de pensar e de sentir

"Não tive filhos, não transmiti a nenhuma criatura o legado da nossa miséria."
Machado de Assis

Como não ter medo

De ficar sozinha. De não ter forças. De faltar a saúde. Dos preconceitos deste mundo aleijado, se a minha filha vier com Trissomia 21 ou for negra ou for qualquer opção sexual que não a convencional.
Como não ter medo num mundo em que no mesmo dia em que gastam mais de sessenta mil euros para exumar o túmulo de um só homem quieto há mais de quarenta anos como se isso fosse a coisa mais importante da História, revelam que os 39 cadáveres de ninguém encontrados amontoados num camião eram de chineses ilegais.
(...)

"Venha o teu Anjo aproximar em nós
A alegria voltada para dentro
da alegria voltada para fora."
José Tolentino Mendonça

Sweet October

Há causas que mesmo que estejamos alheios a elas, são de todos nós. 
Gostei especialmente do exercício de empatia da Alice Vieira com a Carla Sofia Henriques:

Uma causa maior

O nosso SNS

Numa altura em que se ouvem tantas coisas más, devo dizer que tenho sido muitíssimo bem acompanhada na minha gravidez. Médicos e enfermeiros experientes, alguns com um nível de humanização que é um primor, sempre atentos e disponíveis. Posso vir a ter dissabores pois a Maria ainda não nasceu, mas o bem que já foi feito não se apaga e eu, assim de coração bem cheio, confesso que durante estes primeiros quase seis meses de gravidez, não trocaria o atendimento que tenho tido no serviço publico pela melhor clínica privada.
Amanhã começo as aulas de preparação para o parto, um bocadinho mais cedo do que o previsto devido à diferença no protocolo a seguir numa gravidez gemelar. Foi o primeiro alerta de que tudo pode acontecer mais cedo, e aqui mais uma vez um sinal do quão atento e profissional consegue ser o nosso SNS.
(...)

Olha o mundo a sorrir para ti, Maria



Ontem ganhamos de presente esta musica linda, com uma letra fabulosa, interpretada pelo super Tiago amor maior da Isi.
Milhões de sorrisos e obrigado aos dois.❤❤

De onde eu vim e para onde eu vou

Um destes dias deu-me para folhear álbuns de fotografia da infância. Foi agora aos quarenta que reparei pela primeira vez em como fui um dia uma mini Florbela Espanca. Em quase todas as fotografias tinha um olhar triste e quieto. Talvez porque ainda não compreendia nada da vida, era a mais velha de quatro irmãos e ao mesmo tempo que percepcionava as nossas dificuldades como família, não percebia ainda que a nossa sorte grande estava naquela mãe valente como uma leoa, a valer tanto ou mais do que muitas mães e pais juntos.
Nunca fui uma miúda gira nem popular. Não fui uma boa irmã nem uma boa filha e isso hoje cá para mim sozinha com os meus botões, magoa-me especialmente porque sei que poderia ter estado mais ao lado de cada um deles numa época em que certamente lhes fiz muita falta, e já não posso voltar atrás. Fui boa aluna, fui boa amiga de duas ou três meninas sempre muito diferentes de mim.
Foram tempos difíceis, mas foi com a ajuda dela, a minha mãe, que eu cheguei aqui. Fiz a minha licenciatura, trabalhei oito anos numa organização internacional. Tirei o meu tempo sabático. Vivi oito anos numa ilha. Atirei duas vezes a manta ao ar. Pós graduei-me. Recuperei um amor com quinze anos de interrupção; vou ser mãe. Sou feliz com o que faço e tenho planos para o futuro. Olho para os meus sobrinhos lindos e espertos e sei e sinto, que apesar das dificuldades do passado, finalmente como família e como pessoas, chegamos a um lugar melhor.
(...)

Saudades

Da aura mágica do meu local de trabalho.
Chegaram-me fotografias do jardim que apesar de estarmos no Outono, está esplendoroso. A nespereira cresceu tanto!

O sexo na gravidez

Por circunstancias de risco que acredito que aconteçam com muitos casais, eu e o pai da Maria levamos com bandeira vermelha logo desde o inicio da gravidez e por um período mais ou menos longo. Quando levantaram a bandeira verde tivemos que lidar com os medos que já tínhamos cultivado, por mais que estivessem desmistificados pela imensa informação que nunca nos faltou: e se a magoamos? E se vamos propiciar infecções? Etc etc.
Acho que dentro da normalidade, lidamos lindamente com a situação. Encontramos sempre a forma perfeita de nos amarmos, mesmo nos tempos de bandeira vermelha.
Nunca descuidamos o desejo, o imenso amor nos bastidores, os abraços fundos todos todos todos os dias, os mimos ao acordar, o cuidarmos um do outro como já fazíamos antes de existir a Maria.
É importante o nosso trabalho interior enquanto mulheres, ainda que grávidas. Manter sentimentos de segurança em relação ás enormes mudanças no nosso corpo físico, não subestimar a libido nem desenvolver sentimentos de culpa, não nos esquecermos da realidade das alterações hormonais e conversarmos abertamente com o médico se for necessário. Mantermos presente que uma relação intima egoísta é um ruído primário na comunicação dos casais. Mais do que a palavra troca, é a palavra partilha de preliminares e posliminares* que implica sincera disponibilidade e amor. Não acredito que existam fórmulas mágicas, acredito sim na sorte de cada um aliada ao trabalho diário que uma vida a dois implica.
Se não se tem alicerces de afecto bem cimentados, estas questões do sexo na gravidez (ou na doença por exemplo) podem balançar bastante as relações.
O sexo é fundamental na vida de um casal; não deve ter nem mais nem menos importância do que a que realmente tem. Saber lidar com contrariedades e manter a chama viva, exige um bem querer maior: esta é talvez uma das primeiras grandes aprendizagens que a maternidade / paternidade nos proporciona.

*Talvez tenha inventado uma palavra nova. Os posliminares são tão importantes como os preliminares, na medida em que prolongam a sensação de bem estar, estimulam sentimentos de uma enorme segurança. Assim a grosso modo, os posliminares confirmam-nos que o fizemos foi Amor do bom.

As noites

O descanso tem vindo a declinar drasticamente.
Não sei o que é dormir mais do que duas horas seguidas. As câimbras nas pernas não dão tréguas, não encontro posição nem com ajuda de almofadas, levanto-me sempre com dores de cabeça e com a sensação terrível de que passei toda a noite literalmente a amassar-te.
(...)
De resto já sinto que vou explodir, rebentar, sei lá. Por vezes parece que estou envenenada e sinto pela primeira vez na minha vida urgência em policiar a minha alimentação, especialmente aos doces tenho que declarar guerra aberta.
(...)

Tantas coisas boas a acontecer nas nossas Vidas

Foi no dia 19 que interagiste comigo pela primeira vez. Literalmente brincamos uma com a outra; eu dava pequenos toques em zonas da minha barriga linda, e tu correspondias numa sincronia mágica.
Foi a primeira vez que "falamos" uma com a outra, e eu nunca poderei explicar a imensa alegria que senti.
Ontem de manhã enquanto arrumava uma montanha de papelada nas gavetas, pus musica para ti.
Mozart. Foi a primeira escolha e que bem nos soube às duas.

Fotografar assim




Com o olhar.
Sem a necessidade de uma boa máquina, sem a importância de uma boa fotografia.

Sobre os irmãos

De minha parte, a Maria não terá irmãos. Espero por isso que ame muito os primos, como tal.

Os irmãos são mesmo o segundo maior presente que os nossos pais nos podem dar, sendo que o primeiro indiscutivelmente é a Vida.
Mais próximos, menos próximos, são quem melhor nos conhece do direito e do avesso. Cresceram connosco, nunca precisaremos de lhes contar sobre as dificuldades e os sucessos lá de casa. Com visões diferentes do mundo, a seguir caminhos se calhar opostos, são quem de alguma forma conhece o tamanho e o aperto ou ajuste certo da forma de onde viemos.
❤❤❤

O bebé Rodrigo

Estou chocada, caem-me as lágrimas só de pensar no que estão a passar aqueles pais de Setúbal. Influenciou-me de tal modo que já ontem me fui deitar tristonha e hoje despertei a choramingar.
Conseguem imaginar? Que no parto nos coloquem o nosso bebé em cima e sejamos nós a darmos-nos conta de que não tem olhos nem nariz?
(...)


Um dia vou falar-te nele; e ao mesmo tempo em muitas questões tão importantes, como o estigma na doença, a homossexualidade, a beleza, a genialidade. Vou contar-te que para mim foi o maior na História da musica, que apesar de feio era extremamente sensual e masculino em palco, e que escreveu esta musica para a sua Mary Austin, o grande amor da sua vida.

"I´ve made the whole crowd sing for you Mary"
Freddie Mercury

Ali para os lados da Apúlia







Onde se come tão bom peixe, onde o mar parece criança.
Nunca saberei dizer o quanto eu gosto das gentes simples. O quanto a beleza interior do meu Portugal mais querido, me comove e me fortalece naquelas que serão sempre as viagens mais grandes que eu já fiz.
Sempre me considerei uma miúda mais ou menos destemida. Nunca vivi a vida a olhar para todos os lados, nunca parei para pensar no que realmente me assusta, talvez porque antes nunca me tenha realmente assustado.
A gravidez ao mesmo tempo que nos faz mais fortes, também nos fragiliza. Dou comigo a pensar na vinda da Maria, e pela primeira vez tenho medo. Medo de adoecer; medo de perder o emprego; medo de ser vencida por cansaço; medo de ser menos alegre ou mais triste do que a linha limite; medo de errar na tua educação; medo de algum dia perder o abraço-fortaleza do teu pai; medo de morrer; medo de alguma vez, por alguma razão, te faltar.
(...)

Lugares mágicos







Lanzarote del mar.

Depois de Hong Kong

Barcelona.
(...)

Dia mundial do Pão

Tenho uma foto que não vou partilhar por estar com péssima qualidade de imagem, da palavra Pão escrita em todas as línguas do mundo. Tem muito significado para mim, foi tirada no Museu do Pão, em Seia.
O Pão é só um símbolo de tudo o que é essencial e nunca deveria faltar a nenhuma criança. Ontem li uma reportagem na revista do Expresso, sobre crianças que nascem com menos peso do que o que a Maria já tem, e sobre as mães que as esperam sem ter sequer um berço para lhes oferecer.
(...)

A famosa prova da glicose

Ontem sofri um apagão. 
Após dez horas seguidas em jejum, tirar três vezes sangue num espaço de três horas, mantendo o jejum e apenas bebendo um liquido absurdamente doce com sabor forte a limão e trinta mil vezes horrível, dei comigo a pensar nessa gente que passa tantas provações na saúde, que faz exames e tratamentos dolorosos e nem se queixa. Foi por um triz que não vomitei à exorcista, beber aquilo foi tão mau que o tempo de espera me pareceu a coisa mais fácil de suportar.
Após a tortura tomei dois bons breakfast reforçados (somos duas!) e quando cheguei a casa, simplesmente aterrei. Morri para o mundo uma tarde inteira, caí num sono profundo e só voltei à vida já ao cair da noitinha.

Imagino quando for o parto.

Nós por cá







São fotos antigas, de Outonos e Invernos passados.
Chegaram os dias cinzentos. Dias do despir das árvores, do descanso da terra, do adormecer da semente, do conforto bom das lãs, dos chás, de saborear melhor um vinho tinto, da luz mágica de uma lareira acesa...

Os ares da Serra





 

 Nascente do Mondeguinho




"Há rios na Beira? Descem da Estrela. Há queijo na Beira? Faz-se na Estrela. Há roupa na Beira? Tece-se na Estrela. Tudo se cria nela, tudo mergulha as raízes no seu largo e materno seio. Ela comanda, bafeja, castiga e redime."
Miguel Torga

Queen Mary

Depois de uma semana em sobressalto por ter deixado de sentir os movimentos da nossa pequena, hoje foi dia de respirar fundo e sorrir. Na ecografia tudo indica normalidade. Às tuas 24 semanas e 3 dias correspondem já 749g, temos portanto quase 1kg de gente!

13 de Outubro

Apesar de acordarmos com o Outono instalado, numa manhã cinzenta e chuvosa, hoje assinala-se o milagre do Sol em Fátima.
Se há datas bonitas, esta é uma delas.

É pelo Amor

É pelo Amor que vamos e que crescemos.
Nunca tive presente o tal instinto de maternidade que sempre ouvi dizer que mais dia menos dia ia surgir com o relógio biológico a despertar. O que surgiu agora, aos quarenta, foi um olhar diferente sobre a vida, foi um sentimento de paz e estabilidade interior que me permitiu ouvir o vento da minha alma, foi olhar para o pai da minha filha e dar comigo a pensar que o meu Amor maior por ele merecia uma semente, foi ter vontade e sobretudo disponibilidade física e mental para enfrentar o enorme desafio. O desgaste tem sido enorme e por várias razões os planos são de que a Maria não tenha irmãos.
No entanto, numa vida perfeita, num mundo ideal, a coisa mais bonita são aquelas famílias com pelo menos três filhos, que aparecem nas revistas e nos blogues mais giros. Adoro essas imagens de uma mão cheia de gente com sorrisos felizes. Eu, que nunca pensei sequer ter um, dou comigo a pensar que a coisa mais grande são essas casas cheias de luz e de gente pequena. Quando vejo essas mães que se podem dedicar quase só a ser mães de uma prole considerável, acho-as sempre mulheres de muita sorte. Com certeza de muito trabalho e luta, mas sem duvida de uma sorte grande maior.

Sobre a maternidade na adopção

Neste momento tão bonito da minha primeira gravidez, apetece-me falar nelas.
Nessas mães que só podem ser mulheres muito valentes, com uma enorme capacidade de Amar. Não passam pelo dilema do parto, mas passam por outros dilemas tão ou mais angustiantes. Nem sempre adoptam apenas porque não resta outra opção, o que eu acho de uma grandeza para lá de extraordinária.
Devem ser enormes os constrangimentos por que passam, numa sociedade que gosta de pena, comiseração, e é tantas vezes preconceituosa e mesquinha.
Não é para todas, nem sequer é para quem quer ou pode, é mesmo para quem atingiu um certo nível de maturidade da alma.
O meu profundo e total respeito e admiração por estas senhoras Mães.
(...)

Charming places



Beauty


Anacronismos


"(...)se ha descubierto que todavia existen en Reino Unido 7.000 hogares que ven television en blanco y negro. Por no hablar de Japón, donde el fax sigue a la orden del dia; tanto en las oficinas como en las casas. O de EE.UU., donde las ventas de cassettes se han cuadruplicado en los ultimos 7 anos. O mi favorito: el Exército Popular de Liberación (EPL), o sea, el exércio nacional de la Republica Popular China, que esta entrenando una armada de 10.000 palomas mensajeras para, en caso de una caída total digital, poder seguir trasladando mensajes.(...)"
MP, in Anacronismos

A entrar no ultimo trimestre de gravidez

Digo aquelas coisas parvas ao pai da Maria, que balançam facilmente o cérebro arejado mais do que o nosso dos homens:
Vêm aí os derradeiros nossos últimos dias sozinhos em casa, vai ser nunca mais, já pensaste?
E ele, coitado, entra numa voragine de quem vive avidamente os últimos tempos de uma solteirice airada. Chafurda num whisky que adora, fuma como uma chaminé e fica no sofá até alta madrugada a fazer zapping e a roncar alternadamente. Perde a hora e de manhã voa como o Batman aos 18, só que ele já tem 41 e não é o Batman pois.
Morre de ciúmes quando eu lhe digo que para mim a Maria já chegou.
(...)

O panorama politico em Portugal

Logo após as eleições, o circo abriu temporada.
Desde a deputada do Livre que não comento sob o risco de me sacarem a carteira profissional ou me banirem o blog, até um PCP sem palavra que não queria acordo e afinal depois tinha sido um mal entendido e sim senhor já estava disponível para acordo, a um Costa que queria fortalecer-se com todos que não fossem só o Bloco de Esquerda e afinal acabou por perceber que estes eram quase os únicos realmente disponíveis, a um PAN visionário que de resto não me surpreendeu em nada no interesse no aperto de mão ao PS (grão a grão a galinha cresce), até esta manhã novamente a um Costa que acordou a decidir governar sozinho sem acordos escritos (veremos no futuro o preço a pagar). Menos mal que a senhora Cristas nos poupou à sua participação, porque já não haveria pachorra para mais!
O que me aborrece, em muita desta gente, mais do que não saberem muito bem o que querem e subestimarem o povo, é que carecem de ideais verdadeiros.
Como alguém já lhe chamou e muito bem, esta tentativa frustrada de uma Aranhonça, anuncia mau presságio espero que não. Tenho para mim que ainda vamos ter muitas saudades da Geringonça da legislatura passada.
Até o nosso Marcelo, o melhor relações publicas de todos os tempos, está doentinho. Espero que não nos falte, suspeito que vêm aí tempos conturbados em que figuras pacificas e conciliadoras vão ser muito precisas na moldura.

Prémio Nobel

Ainda não foi desta que na Literatura distinguiram o nosso tão genial António Lobo Antunes.
Hoje anunciam o da Paz, e eu espero que não seja para a menina Greta.
(...)

Para reflectir

Ontem assinalou-se o dia mundial da Saúde Mental.
Na primeira página de um jornal publico, em letras garrafais, tão chocante para mim como as consequências dos maus tratos que temos vindo a dar ao planeta Terra, vinham os últimos dados sobre um aumento de suicídios entre as nossas crianças e jovens.
Terrível.
Acusamos os nossos pais pelas falhas na nossa geração; está na hora de pensarmos também no que de tão errado estamos nós a fazer agora.
(...)

Meio sem norte

Noites muito mal dormidas, câimbras dolorosas. Algumas quebras de tensão. Uma gula assustadora. Picos emocionais do pior. Um cansaço que me apaga.
(...)
A sentir-me permanentemente acompanhada pela minha Maria, eu que tenho alma de felino e sempre gostei tanto dos meus momentos a sós. É  a sensação mais linda do mundo, esta de nunca estar sozinha.❤

Adenda ao post anterior

A propósito de racismo

Acho piada àquela gente tão superior, tão acima do acima, que nem sequer se consegue colocar no lugar dos outros, que chama preto quase enaltecendo a sua forma leve de brincar às cores afirmando que elas não têm importância nenhuma e que o problema está de facto nos pretos (ou nos brancos ou amarelos) que têm qualquer coisa mal resolvida e doem-se por nada.
Acho mesmo incrível quando na minha presença numa qualquer conversa banal falam em algum "preto" e logo a seguir interrompem o tema para me dizer "desculpa, não leves a mal, eu sou mesmo assim, não é por mal, até gostava de ter a tua cor". E eu, que não fico de todo ofendida, até porque muitas vezes reconheço que efectivamente aquela pessoa não tem nada de racista, dou comigo a pensar que num mundo tão avançado as pessoas ainda se definem por cores, raças, religiões, com tanta facilidade (não raramente o nome próprio da pessoa vem depois, quando vem).
A primeira fotografia do filho da Meghan Markle foi tão esperada; mais do que ser filho dos Duques, poderia ter nascido a tirar ao lado da mãe (que de resto é mais bonita do que o pai). Expectativas assim ainda tem tanto impacto nos dias de hoje, confesso que isso me choca.
Pior são aqueles iluminados que desconhecem a História e nunca ouviram falar em estigma e espraiam o tema ao ponto de dizerem "se és preto não deves ter problemas com isso, eu não me importo que me chamem branco", esses quase parecem os verdadeiros profetas da razão.
O Bernardo Silva não é de todo racista, para mim é evidente. Apenas fez o que faz desde miúdo e brincou com uma situação tão normal para ele (para os pais, família, amigos, whatever...). Cresceu num meio onde brincadeiras assim se fazem sem maldade, ao mesmo tempo que sem consciência nenhuma do alcance que podem ter (quantas e quantas crianças e adultos se sentem ofendidos em brincadeiras assim e ficam calados e até riem numa triste tentativa de inclusão). Certamente a esta altura já percebeu que a questão do racismo é muito mais ampla e séria do que apenas o ponto de vista dele. Acho que já tem a lição aprendida (vamos sempre a tempo de aprendermos a comportar-nos um bocadinho melhor), a partir daqui deixar evoluir o tema ridiculariza a discussão.
Em questões mais amplas, mantenho o meu lado racional, não confundo alhos com bugalhos. Nunca vi com bons olhos tanta abertura do espaço Schengen. Acho que actualmente os países não estão a saber driblar bem a bola de forma a praticar uma solidariedade equilibrada, abrir a porta e deixar entrar tudo e todos terá obviamente sérias consequências no futuro (o Trump não é tão tolo como parece, peca no tratamento através do qual denuncia não ver todos como seres humanos iguais).
De resto, aqui mesmo neste cantinho plantado à beira mar, somos naturalmente hipócritas em muitas questões; sempre fomos um povo especialmente solidário, muito atento às Matildes e a não conseguir sequer ver as grávidas na fila do supermercado. Seria importante que os governantes do mundo se preocupassem de facto em explorar as questões de fundo da forma mais vertical possível. E com isto não quero dizer que devemos ignorar as gentes desesperadas a fugir com crianças por trilhos de trem até onde calhar. (...)
Anyway.
Racismo é como feminismo e outros temas, tudo o que ultrapassa o limite, cheira mal. Lutar tanto contra a diferença tantas vezes não é mais do que exacerbá-la.
De qualquer forma, discutir racismo é o mesmo que discutir o sexo dos anjos.
E este é também só e apenas o meu ponto de vista.

Sem paciência

Para a actual carta de partidos políticos em cima da mesa.
Alguns são simplesmente um atentado à inteligência do povo; que ainda que possa ser ou parecer inculto, não é ignorante.
Mas a democracia (ou anarquia?) também é isto mesmo, levar com todos eles e fazer de conta que não estamos a assistir ao instalar-se de uma verdadeira republica das bananas.

A minha visão do mundo e dos outros está a afinar tanto

E a Maria ainda nem nasceu.
Talvez porque esteja naturalmente mais sensível, mais atenta. Talvez porque por ela, começa a já não me bastar apenas um mundo assim assim.
Pessoas boas ficaram maiores, e eu cortei a meta e pela primeira vez cheguei em primeiro lugar.
(...)

Bingo

A caminho dos seis meses, já engordei tanto como algumas amigas minhas numa gravidez inteira.
E como sou de estatura baixa e nunca pesei mais do que 58 broas, com 70 sinto-me completamente transformada, assim meio hipopótamo com mistura de foca. Está-se mesmo a ver, isto lá para o fim da gravidez vou ter os olhos quase a saltarem-me das órbitas. Já tenho varizes (coisa que nunca tive) e as minhas coxas são o que mais se transformou neste processo de gravidez (dois reservatórios autenticos de celulite mata-ânimo, OMG!).
Portanto minha gente, dois ou três meses depois de a Maria nascer, retomo caminhadas e logo que possível algum running, a ver se a coisa se compõe (ginásios não, please).
Detesto fazer dietas, não tenho perfil. Mas no estado em que estou bem vou ter que ser mais open mind e seguir conselhos de quem sabe.
Sem obsessões, mas estão quase 41 neste lombo, se não me cuidar agora, vou-me cuidar quando?

Vozes

Dizem-me para esperar confusão nos próximos tempos. Que um filho muda tudo, que as rotinas vão trazer novos desafios ao casal, que as horas sem dormir nos vão deixar fora de órbita, que o tempo não vai chegar para tanto. Acredito na esperança que a Maria seja assim uma anjinho hiper mega maravilhoso a escapar à regra e que eu me transforme numa super gestora do tempo.
(...)
Confesso que estou ansiosa por retomar o meu trabalho, com rotinas reformuladas sim, mas se possível com algum tempinho livre para montar o meu cavalo selvagem e ir. Retomar o meu programa na rádio e abraçar alguma causa que já está à minha espera.
Sem pressas mas sem perder o foco: mães felizes fazem crianças felizes.

Adenda ao post anterior

Parabéns sinceros aos Duques de Inglaterra, por darem a mão a uma campanha sobre Saúde Mental.

Todos os dias

Mesmo nos mais terríveis e vazios, existe um instante de superação.
Foi-nos dado a todos, em qualquer parte do mundo, com sapatos ou sem sapatos, essa oportunidade de sobreviver, essa capacidade de optar.
(...)

Não me tires a vontade

Nunca me tires a vontade de fazer loucuras contigo.
Se aos oitenta não formos capazes de numa noite qualquer irmos juntos até à ponte ouvir o eco do nosso grito frouxo, e rirmos juntos sem dentes, de que nos vale o horizonte.
Se eu não for capaz de te Amar assim, não te quero Amar de nenhuma outra maneira.
Sabes, o Amor também morre. Morre de muitas maneiras inesperadas.
(...)

Paradoxos

Só somos felizes se formos leves, se tivermos uma paz interior inabalável. Ás vezes isso só acontece se seguirmos o cavalo selvagem que trazemos dentro. Alinhamos a vida, fazemos tudo certinho e mesmo assim fica sempre a faltar alguma coisa. Faltará sempre, até mesmo ao homem que pisar o espaço, se o que ele realmente tiver vontade for de espalhar milho ás galinhas no quintal de uma casa pequenina numa rua sem saída de uma terra que não consta no mapa.
Para sermos felizes, muitas vezes ficamos para sempre incompreendidos.
(...)