Ontem adormeci a pensar nisso. De uma forma muito objectiva. Sobre quando foi a primeira vez que presenciei um milagre a acontecer-me. Sem contar com o meu nascimento, é claro. Era miúda, teria uns seis anos. Foi no fim da escadaria de uma igreja em Oleiros. Não vem ao caso o que me aconteceu, mas hoje, quarenta anos depois, continuo a não encontrar explicação para o que me aconteceu. E se não me tivesse eu esquecido muitas vezes desse dia, teria mais confiança em tudo daí por diante. Depois aconteceram sucessivas sortes grandes, na vida de uma miúda que muito facilmente poderia ter dado errado. As duas ou três pessoas fora de série com quem cruzei, com particular destaque para o dia em que ocasionalmente conheci o pai da Maria. Para o facto de nos perdermos e voltarmos a reencontrar quase quinze anos depois. O momento mais alto, o nascimento da Maria. Cada porta que se fechou e cada porta que se abriu.
Não. Não tenho nada a temer. Tenho a certeza absoluta que existem milagres e que é dentro do nosso coração, das nossas vontades férreas e desejos destemidos, que eles se cozinham. E é tão poderoso e certo e inexplicável e justo o que vos digo, que milagres acontecem todos os dias, para todos, em qualquer parte do mundo.
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