Enfim. Hora de dar um murro na mesa. De enfrentar todas as pequeninas situações e trepar todos os muros invisíveis que construi à minha volta. Preciso de respirar. De mudar a minha cara e a minha disposição. Eu sou uma privilegiada neste mundo torto e só por isso, chega. Chega de lamentos miúda. Faz-te à vida, porra!
Expressão da minha terra que significa coisas tão diferentes e opostas como repugnância, enfado, surpresa, alegria, alivio, espanto. Expressão que me lembra a minha avó e me une à minha África-berço que não conheço. Uma palavra inteligente, que obriga a interpretar por inteiro a frase, incluindo a entoação e o sorriso ou a interrogação que dela fazem parte.
Alguns dias não são nada fáceis para mim. Sem que nada monstruoso me tenha acontecido, sinto-me à deriva. Pela correria louca todas as manhãs - roubaram-me a paz incomparável das manhãs para sempre e eu sinto-me perdidamente à toa por causa disso. Seja porque a Maria faz um xixi inesperado no caminho - estamos já a viver sem fraldas - e chega toda molhada ao colégio. Seja porque tenho a casa virada do avesso e continuo a procrastinar porque a verdade é que não me apetece - não há ânimo - para sequer soprar o pó das coisas. Ou porque nem a bolsa que ganhei para fazer Gestão de Projectos me anima, de tal maneira que confesso que preferia não ter sido selecionada. Ou ainda porque já tenho mais 2kg neste lombo e a situação começa a virar karmica e assusta-me. Ou por causa de todos os mil pensamentos que me cansam a mente todos os dias, algumas vezes até à exaustão, pela minha condição de mãe à qual acrescento a minha condição de desempregada.
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