Nós prevaricamos.
Nos princípios escrevi sobre isto. Sobre os galardões verbais atribuídos por alguns políticos. Sobre os portugueses não merecerem prémio nenhum por serem exímios a cumprir o confinamento, porque não são! Sobre a sorte maior de um Inverno rigoroso que nos ajudou a salvar a questão comportamental. Sobre o inevitável sairmos da toca como os bichos aos primeiros raios de sol. Sobre não sermos melhores nem piores do que ninguém. É que nas noticias falam dos não sei quantos milhares de portugueses que no ultimo fim de semana saíram à rua, como se isso fosse algo inesperado ou incompreensível. A sério? Esteve só um solzinho bom e estamos fartinhos de estar em casa. Estamos fartos da doença e estamos fartos do Inverno.
Se vamos estragar tudo com o comportamento? Não criamos uma rede de contactos nas redes sociais e combinamos sair todos no mesmo dia. Foi só o Sol e a necessidade, foi uma prioridade interior mais forte. Alimentar um bocadinho a nossa força anímica para aguentar tudo o que ainda está por vir.
Note-se que aqui por casa saímos só por questões autorizadas pela lei. Usamo-las foi como a melhor desculpa, porque tal como os demais portugueses, só nos apetecia andar lá fora.
(...)
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