Entretanto aconteceram tantas coisas nas nossas vidas; ficamos adultas. Passamos até longos períodos sem falarmos; parece inevitável vivermos a vida como se fossemos cá andar sempre e fosse garantido o tempo para tudo o que quisermos fazer quando quisermos fazer.
Agora estás doente, seriamente doente. Penso muito em ti, e nos teus dois rapazes, ainda tão pequeninos. A tua grande característica é que não tens maldade nenhuma, não tens mesmo. Podes pecar por ignorância, mas por maldade não. E era uma mão cheia de gente igual a ti que fazia falta a este mundo.
No outro dia vi-te, antes de tudo isto começar. E nem nos abraçamos, por causa do vírus. E agora também não podemos, porque estás muito fraca e tens que te proteger a sério.
Queria tanto poder fazer alguma coisa por ti. Estou sempre a ver os olhinhos tão bons do teu João na ultima vez que cruzei com ele. Infelizmente não é um pesadelo e é mau demais o que estás a passar. Até venceres, tens um longo e duro caminho a percorrer. Vou rezar tudo o que posso, todos os dias, para que não te falte a força.
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