Faz-me uma certa confusão ver as praias a sul tão cheias, ver a disparidade que existe na permissão de umas manifestações e de outras não, ouvir o discurso politico tão centrado nas festas dos santos populares - que estão proibidas entre todos mas permitidas entre famílias, o que vai permitir ajuntamentos sabe-se lá bem de quantas pessoas - e ao mesmo tempo saber que o grupo Inditex - para dar um exemplo - vai fechar cerca de 1200 lojas por causa das repercussões financeiras da pandemia. Faz-me confusão ver os números do desemprego a aumentarem e isto a prognosticar-se um país cada vez mais de ricos e de pobres.
Faz-me muita confusão que a OMS tenha avançado que paralelo à diminuição do contágio na Europa, está a notar-se um crescente no contágio no resto do mundo. Chegou ás favelas, aos bairros mais pobres, aos quimbos em África. Eu sei que fica lá tão longe, vivemos bem com o Ébola enquanto não chegou cá, com base neste pensamento. Mas aquela gente tão tão sem recursos, dá que pensar e entristecer.
De resto nós por cá, não me espanta esta euforia por viver, especialmente num imediato pós-quarentena. Podemos salvar alguns empregos com este jeito que tanto nos caracteriza de ir vivendo que sabe tão bem; é importante. Mas preocupa-me a falta de consciência, a pouca memória sobre o medo e a incerteza que ainda há dias todos sentimos. 
Vêm aí tempos muito difíceis, as pessoas comportam-se como se não fosse evidente. Isso, preocupa-me.
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