Quase um ano depois, as bandeiras ficaram gastas nas janelas.
Paulatinamente fomos percebendo que se fazem coisas tão atrozes como iniciar uma guerra, para durar ad eternum. Por maior que seja a solidariedade mundial, nós aqui no nosso cantinho por agora sossegado, mal sabemos do que viveu ou vive aquela gente. Seria impensável pensarmos que esta guerra iria durar tanto, uma guerra em que se continua a discutir vencidos e vencedores quando todos sem excepção já perderam. Estas coisas tenebrosas e inexplicáveis interessam e muito aos senhores que acreditam que mandam no mundo, mesmo que matem tanto numa guerra já de um ano, quanto a natureza mata em segundos. Eles, sejam eles quem forem, acreditam mesmo. Vivem ridiculamente com o rei nas ideias e nós somos espectadoras marionetas conformadas. Que nem sequer sabemos bem porque nos chocam mais os mortos da guerra na Ucrânia do que os mortos nos longos conflitos em outros lugares do mundo.
Mas hoje é sobre o povo da Ucrânia que estamos aqui a falar. Um povo que fica com marcas para os descendentes dos seus descendentes, porque uma guerra não se apaga da memória e dos comportamentos, só porque se vence ou só porque se perde. Os traumas continuarão a gritar dentro das pessoas, aquilo é terra queimada para muitas vidas. É pelo menos esta a vivência que me chega da guerra vivida em Angola pela minha mãe, que hoje já é velhinha e ainda tem pesadelos com o que lá viveu.
Gostaria só de dizer que hoje, quase um ano depois, não gosto da figura de nenhum deles. Nem do Putin, nem do Zelensky, nem do Biden, nem de nenhum outro. Nenhum deles me parece verdadeiramente interessado na Paz no nosso mundo.
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