Quando bato no fundo

procuro sempre agarrar-me a um nada. Ao desenho silencioso de um aviãozinho que atravessa o céu lá longe. Ao pinheiro lindo, enorme, do campo nas traseiras de casa; olho para ele e só me ocorre o Natal. Ao abraço da minha filha, ao sorriso dela. Aos gatos a brincarem nos telhados de zinco que avisto da janela. Ao pézinho de framboesa que me ofereceram esta semana. Ás copas comoventes das árvores frondosas; aos laivos de luz em tons rosa e laranja a espreitarem no céu. Ao colo de quem já me conhece, e sabe que estou triste, e tenta soprar-me as sombras do olhar.

(...)

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