Todas as crianças adoram o mundo lá fora, mais do que tudo.
Esta semana estive numa palestra sobre as crianças e as tecnologias. Para ouvir, para tentar ter algumas certezas, para saber. Algumas partilhas foram básicas, outras deixaram-me a pensar. Acho que só agora que a Maria já tem quatro anos, lido bem com o facto de ela trazer as calças rotas nos joelhos ou as sapatilhas irreconhecíveis de terra porque brincou nos parques. Só agora percebo claramente que a nível de desenvolvimento motor é fundamental que a Maria quando brinca não tenha que lidar com o medo de se sujar ou magoar. É importante que ela tenha consciência mas sem se desviar do fundamental que é bom: brincar. Todas as vezes que ela veio para casa cheia de areia nas sapatilhas porque andou a brincar com o avô no parque, e só porque ele não é tão cuidadoso como eu, ela foi realmente feliz. Só agora olho para a minha filha e percebo que ela gosta tanto de brincar com plasticina e slime que se esquece que tem um ipad. Só agora sei que ela gosta, mais do que de qualquer outra coisa, de jogar às escondidas ou à bola com o pai. E que tudo o resto à nossa volta são só coisas. E que as tecnologias quando se tornam um problema, normalmente são um problema que começou em nós pais.
No final de contas importa a gargalhada inteira e saudável da Maria. Há muita coisa boa nas tecnologias. Só precisamos de ter regras na família, de filtrar e de acompanhar. Nem sempre é tão fácil ou linear, mas acredito que seja a melhor forma de tentarmos não perder o fio à meada. Que o mundo lá fora engole os nossos pequeninos à nossa menor distração.
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