A Maria é uma menina brilhante. Mas está numa fase em que precisa que vinquemos a regra, em que debate tudo e faz birras por nada. Muitas vezes sinto que é permissividade a mais de nossa parte, que é ipad a mais, que é falta de direção porque simplesmente é mais fácil para nós pais. Ninguém gosta de estar sempre a brigar e a verdade é que a maior parte do tempo a cobrimos de beijos e abraços.
Mas hoje na escola quando o Daniel correu a abraçá-la e beijá-la na chegada após um fim de semana, ao mesmo tempo que fiquei comovida até aos ossos, percebi na Maria alguma rigidez. O Daniel é um menino fora de série, os pais estão de parabéns porque realmente se destaca a nível de inteligência emocional. E é bom, é confortável, saber que a Maria convive com meninos assim, carinhosos e abertos. Mas ela não é assim. Não é assim por norma, quero dizer. Ela abraça e beija mas de repente, uma coisa muito q.b., quando a ela lhe apetece; que não é sempre, nem sequer pelo dever de corresponder. Ela acolheu muito bem a Amélia que só fala inglês e chegou agora à turminha, numa adaptação mais complicada. Ela acompanha o Wallace quando percebe que ele tem dificuldades e fica para trás, diz muitas vezes que o Wallace é um menino especial, mas não diz como quem marca a diferença, diz simplesmente com amor. Ela é solidária e sensível. Mas não é uma espalha magia. E embora se apregoe hoje em dia que não devemos querer nada para os filhos, que eles não são nossos etc e tal, eu sim quero coisas para a Maria. Gostava mesmo muito que ela fosse uma menina mais carinhosa e aberta, e oxalá consigamos trabalhar isso nela. Mas ela é como é e temos que respeitar a natureza dela. Logo vamos conversar sobre este episódio. Se ela compreender, se souber valorizar a importância dos beijos e dos abraços do Daniel, então para mim basta, então eu já fico feliz.
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