A minha relação com a minha filha evoluiu tanto. Sem a minha mãe, sem a minha sogra, sem irmãs ou amigas por perto, para supervisionar este acontecimento. Tem sido feito só ao nosso ritmo e isso é tão bom. Perceber e descobrir que afinal conseguimos ser pais porque está em nós e não nos outros, com simplicidade e sem medos.
Com o pai é indescritível a constatação do Édipo: os meninos são da mãe, as meninas são do pai (com a excepção de que eu sempre fui da mãe). A Maria fala com o olhar cada vez que encontra o do pai, ficam ali os dois numa comunicação tal que eu passo imediatamente ao lugar de assistente. Mas isso também é tão bom, sentir que o Amor que os une vai ser para sempre a grande muralha da vida dela.
De resto houve um período claro de adaptação. A esta nova pessoa na nossa casa, no nosso quarto, nos nossos dias, na nossa vida. Nem sempre foi fácil mas estabilizadas as percepções do ritmo de uma menina que chora se tiver cocó na fralda e que berra como se o mundo fosse acabar quando sente fome, tem sido a nossa companheira de vida ideal. Mama o ultimo biberão à meia noite e dorme seguido até às sete da manhã. Já conseguimos jantar sossegados, já dorme a sesta com o pai no sofá enquanto ele vê filmes. Já lhe corto as unhas sem stress, adora tomar banho!
Em breve vai começar com as sopas e vai ser grande ver a cara dela ao descobrir novos sabores. O nosso primeiro passeio sozinhas, aqui pelo largo da igreja, logo que a Primavera se lembre de nos dizer que já chegou. Levá-la para uma manhã de praia. Quando nos metermos pela primeira vez num avião com ela. A inclusão no infantário; todas as mães dizem que se sofre horrores mas eu confesso que estou ansiosa por vê-la fazer aprendizagens fora do ninho. Mal posso esperar por tantas novas aventuras, com este pequeno ser que curiosamente se tem revelado forte por três.
Eu e o pai temos crescido muito com ela. No nosso Amor e nas nossas capacidades.
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