O lado B da Vida

Tenho feito horários doidos, especialmente para uma mãe com uma filha de 4 anos de idade. São três horários diferentes em sete dias, a ter que andar na rua depois da 1h da madrugada e às 5h30 da manhã. Com folgas separadas. Um bocadinho violento. No meio deste vaivém vertiginoso, fiz uma colnoscopia-endoscopia com anestesia na semana passada. Quase de certeza que a biopsia não vai acusar nada, mas nunca sabemos.

Em casa estou hiper-mega intolerante, pudera. Ao mesmo tempo que a miúda está cada vez mais teimosa. De maneiras que o pouco tempo juntas que deveria ser maravilhoso, é gasto em birras de parte a parte. Apesar de tudo a vida não para: a Maria dorme finalmente sozinha. Ontem disse que quer ir à Austrália, e o pai prometeu-lhe que vai aprender surf. Eu penso na minha mãe. Éramos quatro, e nunca pedimos coisas mundanas como pede a Maria. Nós no nosso tempo só queríamos mesmo ter umas sapatilhas para as aulas comuns de ginástica. E já era tão difícil para a minha mãe...

Vida social, zero. Acho que já perdi os amigos todos. Quem nunca procura, acaba por deixar de ser procurado. No entanto quem esteve no meu coração, cá continua. Eu é que se me resvalo no meio desta vida já tão apertada, fico sem tempo até para descansar. Não dá mesmo malta. Acusem-me de má gestão, do que quiserem. Eu cá sei da minha vida.

Durmo bem mas ando cansada, a sentir que tenho que mudar alguma coisa, porque a continuar assim, não sei. No geral estamos bem os três. Núcleo duro intacto. Obrigada meu Deus, porque já não é pouca coisa.

(...)

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