Sobre a minha teimosia

em ir fazendo coisas de que realmente gosto:

Esta semana, com uma folga isolada antes de oito dias seguidos de trabalho, a sair do trabalho dias a fio à hora pesada da meia-noite, consegui estar presente num encontro de Pediatria oncológica. Ficava dias inteiros a ouvir o Professor Júlio Machado Vaz, um poço sem fundo de saber. O encontro foi no IPO do Porto. Algumas imagens do meu dia, que foi passado entre médicos, enfermeiros, psicólogos e psiquiatras. Mas também em corredores cheios de desenhos e mensagens, por onde circulavam crianças doentes. Também entre palhaços alegres, porque há-de ser sempre a alegria que nos salva:



Só um bocadinho das pérolas ditas pelo Professor Júlio Machado Vaz:

"A maneira como as pessoas sofrem, não tem nada a ver com dor. Nós somos muito mais eficazes a controlar a dor do que o sofrimento."

"O super especialista é alguém que se não tiver cuidado sabe cada vez mais sobre cada vez menos."

"O médico prescreve-se a si próprio: nós fazemos parte do tratamento pela maneira como cuidamos."

"A sobrecarga, o burnout, são sempre maiores nas mulheres. Porque a mulher é a cuidadora por natureza e está muito mais sujeita ao escrutínio."

"Se os profissionais de saúde mantiverem a arrogância, o futuro da Medicina não vai ser um futuro brilhante."

"Os estilos de vida saudáveis não se devem transformar numa santa inquisição. Porque isso às vezes é só o caminho mais curto para o doente desaparecer. É preciso trabalhar a interiorização."

"O doente que vem falar connosco toca muitas vezes cordas sensíveis do nosso violino psicológico."

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