O temporal que anda nas ruas, anda cá dentro de mim também. Quero estar sozinha e quieta, não quero nada nem ninguém. Estou exausta e farta de sentir que não tenho qualquer valor. Semana de merda, com oito dias de trabalho que me estão a custar horrores, com a miúda cheia de febre e eu nem sequer posso cuidar da minha filha. Eu nem sequer posso dormir ou descansar direito. Ando pela rua noite adentro com chuvadas impiedosas e um frio de morrer. Uma tristeza que já nem dói. Tudo parece dar errado, até mesmo a minha maternidade. E eu nem sequer encontro o mínimo de compreensão ou colaboração mais activa. Deve ser mais ou menos o que sentem os burros ou as mulas de carga, que não servem para mais nada na vida.
Não sou das que fingem que está tudo bem. Está tudo mal, está tudo péssimo.
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