Sobre o nosso mundo

Não acho que esteja a evoluir, acho só que se vai diversificando cada vez mais, com a palavra diversificar a ter para mim cada vez menos importância ou destaque. Não acho graça a concursos de beleza que sempre foram só sobre a mulher, deixarem de o ser. Não encontro vertente educativa ou outra qualquer de interesse, em ter programas da manhã na televisão a entrevistar com destaque casais abertos numa quase promoção direta do tão em voga poliamor. Não percebo nem quero perceber gente que se intitula de jornalista e atropela o respeito perseguindo pessoas de pijama na rua a passear o cão ou a levar a filha à escola; e não, não foram só os jornalistas do costume, há tantos na praça que hoje em dia se vendem por duas moedas, que até o Judas se vendeu por trinta. E não, não sou fã de Galambas nem afins. Não contrataria para meu governo ninguém com piercings nas orelhas e acho péssimo comparecer a uma reunião com o Presidente da Republica de calças de ganga e sapatilhas. Parece que de repente é tudo uma cambada de fixes. Morria de vergonha se a minha filha um dia adolescente andasse para aí a atirar tintas verdes à cara de ministros ou quem quer que fosse, ou destruísse obras de arte, a titulo de salvar o planeta. Acho que jovens inteligentes brilham de outra forma. Acho estranho e triste pessoas que tratam melhor os animais do que as pessoas; é só preciso tratar bem os animais, mais nada. Assusta-me ver a imagem de meninas de 12 anos tão sexualizada, como se a sensualidade fosse uma coisa de repente tão inocente. Este é cada vez mais um mundo cão, sem eira nem beira, onde algumas liberdades são para mim só bandeiras perigosas. Um mundo tão estranho onde aceitamos tudo menos que haja uma opinião diferente da nossa, que ao mesmo tempo a medo muitas vezes já nem sequer podemos expressar. Mas são só coisas minhas, venham as balas que eu posso bem com elas.

Procuro educar a minha filha na aceitação da diferença, seja ela qual for, numa perspetiva de igualdade e respeito.  Mas oxalá ela tenha ideias próprias e não me cresça só uma miúda parvinha e acéfala. Eu sou na verdade conservadora. E gosto de o ser, cada vez mais. Esta semana vi que agora é cool e muito à frente, em vez de ter a Nossa Senhora o o S. José no presépio, ter duas figuras masculinas. Mas onde é que isto vai parar? Nem sequer tenho já pachorra para um mundo tão dolentemente inclusivo. Dói o cotovelo, dói? Passa nívea! Tanta coisa realmente importante para ser discutida e o mundo distraído a jogar ao berlinde.

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