Isto de achar que a minha filha ia ser diferente dos outros, foi só a visão mais romântica da minha vida. A Maria grita como se fosse um hooligan da claque do Porto. Apanha ciscos do chão e come! Destrói-me as plantas e praticamente todos os dias temos um directo por estas bandas do Querido mudei a casa. Só quer comandos e ipads e telemóveis - e não, eu não lhe dou estas coisas para a mão. Viciada na televisão, de tal maneira que agora costumo desligá-la umas horas, para ela apreciar o silêncio e descobrir que tem brinquedos. Não perdoa o momento de comer e de dormir, a casa vem abaixo se me atraso, e eu fico a pensar de onde me saiu esta mini ditadorazinha.
A juntar a isto, eu estou em casa. Portanto qualquer irritação extra, tenho o pai da Maria para me lembrar que tanta fralda, tanto biberão, musculação constante no ginásio pega-ao-colo, intolerância ao choro dela no fim do dia, são só entretenimentos que o Estado ou o Patrão nos financiam a nós mães super sortudas. Eu só lhe queria dizer que preciso de tempo. Para pintar as unhas, para ter uma aula de yoga online, para me concentrar na formação ou numa reunião de trabalho, para arrumar a casa, whatever!
E depois a consciência a pesar. O pensamento base: ela é só um bebé de um ano. E a verdade é que me vê muitas horas com o computador ligado, e nós não percebemos mas tudo são aprendizagens. No fundo eu é que estou com dificuldades de gerir isto a tempo inteiro. E que sorte a minha, que ainda não são para aqui chamadas ao barulho circunstâncias escolares.
De resto, Amo muito a minha mémémé. Qualquer dia passado com ela, é sempre o melhor dia da minha vida.