Talvez nunca consiga explicar - nem tenha explicação - este meu sentimento de falta de pertença. Acho que a minha mãe me criou bem mas muitas vezes está longe daquilo que eu concebo como comportamento maternal. Tenho que lidar constantemente com egoísmos que não compreendo e aos quase 50, curiosamente dói mais do que antes. Um pai que viveu sempre à margem de mim. Irmãos fechados no seu próprio mundo. E irmãos que mal conheço que se querem aproximar e não me apetece. O pai da Maria, que inventa todos os pretextos do mundo para não casarmos. Nunca foi o meu sonho, mas incomoda-me que também ele me queira num ir querendo meio á toa. São muitos afectos falhados. Menos a Maria. A Maria não tem explicação. Compensa um planeta inteiro de gente sem corações a bater forte.
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