No fim ganhamos uma dinâmica. Um jogo feito no silêncio, no qual uma caixa pintada passava pelas mãos de cada pai e ao abrir, cada um deveria reflectir em silêncio sobre o que estava dentro. A Educadora começou por fazer uma introdução dizendo que dentro daquela caixa estava algo muito importante para cada um dos nossos filhos.
A roda era grande, não sei como e acho muito bem mas ainda há casais que conseguem ir juntos a estas reuniões. Fiquei curiosa. Observava os pais por onde a caixa ia passando, e se uns abriam a caixa e ficavam parados a olhar e ás vezes até sorriam, outros fechavam imediatamente a caixa numa atitude quase de susto.
Quando chegou a minha vez, era um espelho que estava dentro da caixa. Quando abríamos a caixa, nada mais víamos que a nossa própria imagem.
Tanta coisa para dizer sobre esta dinâmica. Um olhar mais profundo sobre a importância que temos na vida dos nossos filhos. Sobre quem realmente somos. Sobre a imagem que lhes damos, sobre a responsabilidade de os criarmos à nossa semelhança. Sobre a verdade: se estamos a fazer bem as coisas ou não, se estamos a fazer o melhor que podemos, se estamos felizes com o que estamos a fazer. Sobre sermos a árvore e sermos o jardineiro; e eles as sementes que lançamos, que precisam de ser cuidadas dia após dia, num enorme exercício de amor e resiliência.
Arrancou o ano lectivo e eu desejo que cada dia seja uma oportunidade de crescimento para todos. Para ela, e para nós pais também.
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