Novembro

Nunca foi um mês morno, no sentido de nem para a frente nem para trás. Foi sempre um mês de intensidade, de introspeção. Não é um mês triste mas é um mês de aprendizagens e valentias e algumas resultam da dor. É definitivamente o mês em que se instala aquele frio que sabe a Inverno e a Natal. É um mês de limpeza, de muitos ventos e muita chuva para resolver a folhagem vencida. Está á vista que será um mês determinante na forma como vai evoluir a pandemia e como a nível mundial os grandes decisores farão frente às adversidades de forma a conduzir os nossos destinos. Será certamente um mês de duro exercício financeiro para tantas famílias, de muita reflexão na hora de gastarmos, de importantes aprendizagens sobre o que afinal nos faz realmente falta e sobretudo, ao mesmo tempo, de percebermos o quão importante é manter o riso, o calor, a família, a mesa, a magia, a esperança, o Natal. É um mês em que temos mesmo que despertar para uma luta que cada um de nós trava sozinho. 

Não obstante, este Novembro começou com alguns dias de muita luz generosa. Consegui tempo para abrir as janelas todas da casa, renovei ares e deixei entrar a energia única do Sol. Tem sido um tempo para limpar gavetas, para deixar espaços livres, para destralhar a casa e a alma. Se nos focarmos em cuidar uns dos outros, se nos dedicarmos ao detalhe em cada coisa que fizermos, este pode ser um tempo muito importante para que a próxima colheita de frutos espelhe uma recuperação surpreendente.

Tenho tentado acreditar que Novembro vai trazer coisas boas.

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