Nos últimos tempos, todos os dias de manhã acordo decidida a multiplicar a energia em mim. Quase em modo de sobrevivência. Custa-me sair da cama, dói-me o buraco negro crescente no centro das minhas costas (uma dor nova que só me dói quando acordo), mas são segundos. Espreito a minha filha no quarto dela, e ligo o turbo. Tenho dias de viver num non stop das sete da manhã até perto da meia noite. E quando dou por ela não tive tempo para mim, para me sentar a tomar um café, ou para tomar um banho mais demorado cinco minutos. Mas voltando às manhãs e ás decisões, acho sempre que vou fazer melhor, que vou conseguir. Acho sempre que é uma fase normal e chego a confortar-me por saber que a maioria das mulheres, mães de crianças pequenas, passam por isto. Chego a elaborar uma lista mental de tarefas que hoje sim vou mesmo cumprir. Chego a jurar que vou roubar meia hora ao meu tempo, para mim. Mas inevitavelmente chega aquele momento do dia em que a minha vida feito baralho de cartas, começa a ruir. E eu fico triste, abatida por tanto cansaço, a aguentar uma tremenda sensação claustrofóbica por não conseguir sair da roda do rato.

Tenho feito um esforço titânico, mas não tem sido suficiente.

(...)

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