E os velhos. Os velhos, que ainda há pouco se ouvia falar deles porque os filhos os abandonavam em lares, hospitais e à sua sorte, são agora os protagonistas, quem diria. São os mesmos velhos que agora recebem nas suas humildes casinhas os filhos mais velhos chegados com pintainhos debaixo da asa, para dormirem todos ao monte outra vez, como nos inícios dos tempos dos nossos pais.
Esta semana ouvia o discurso da Mariana Mortágua, e quanta razão lhe encontrei nas palavras e na revolta. Ainda se lembram de 2008? Do fenómeno do crescendo dos suicídios porque a crise e as dividas asfixiavam as gentes? Acho que estamos à porta de dias piores - muito piores - em pleno 2023.
Aqui no prédio onde moro, já quase não existem famílias. Só estudantes. E o ruído de obras tornou-se uma constante no nosso dia a dia cá em casa. Os senhorios apressam-se a expulsar quem cá vive, porque é o dinheirinho que comanda a vida e os sonhos.
Muito muito triste. E assustador.
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