O mistério insondável da Vida

As primeiras chuvas a sério chegam tarde para o que é habitual aqui no norte. Os dias ficaram bem pequeninos quase de repente - não foram ficando -, tudo o que é vidro está embaciado a toda a hora, todos os tons de cinzento bailam lá fora na rua, as árvores entregam-se vencidas numa procissão silenciosa de nudez. Durante muitos anos achei o Inverno uma estação bem triste, já não acho mais. De tal maneira que algo em mim sentia a falta destes dias de maior aconchego, de olhar mais dentro mais fundo, de no escuro plantar luzes, de beber um vinho tinto e sentir glória. Todas as estações são belas. Todas cumprem uma função ímpar em importância.

Só há um cansaço estranho no ar. De tudo, até mesmo do Natal.

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