Natal

Dizer-te Maria, que a mamã apreciou muito o teu carinho especial em relação à figura do Menino Jesus. Que ainda não tens 2 anos mas descobriste no primeiro minuto que o Pai Natal que nos entrou em casa, era afinal o avô Zé. Rimos muito mas eu fiquei triste: quero que Acredites. Abriste tantos presentes - demasiados - que a dada altura pensei e senti que não é nada daquilo que eu quero para ti. Por mais que me digam que és pequenina e que é assim mesmo. Ganhaste muitos livros - aspecto positivo. Recebeste dos teus avós a prenda mais linda do mundo: uma pulseirinha que foi do teu pai quando era pequenino como tu, e um fio que a tua avó ofereceu ao teu avô quando namoravam e que ele levou com ele para a guerra no Ultramar e perdeu e achou de novo.

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O Nelo ligou-me hoje, para desejar Bom Natal: Grande. Senti-me particularmente triste e cansada este Natal. Confesso que senti falta de que alguém me fechasse num abraço apertado. Como se o Amor ficasse uma coisa amorfa, sem quentinho nem magia. Lá em casa, do outro lado do mar, passaram bem; pelo menos a mãe está outra vez próxima das minhas irmãs e sobrinhos.

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Hoje assisti a uma missa e caminhei por ruas vazias, iluminadas.

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