Um destes dias passei a pé na baixa da cidade, e por acaso nesse dia, nessa hora, estava novamente cheia de gente. Quase como nos bons velhos tempos, não fosse olhar para aquele cenário e pensar no perigo que se esconde á espreita quando nos misturamos assim.

Se não fosse o absurdo de ver lojistas de viseira posta (sem máscara) a atenderem o cliente com a viseira levantada, se não fosse o cumulo de ter visto nos primeiros tímidos dois dias de chuva gente a correr de cabeça molhada e sandalinha no pé, se não fosse ter que circular em autocarros e perceber o quanto a gente já pouco se importa com o assunto, se não fosse ter sentido nos últimos dias um claro aumento da mendicidade nas ruas, eu diria que esta história da pandemia surgiu só mesmo para nos tirar o sono uma boa meia dúzia de dias.

O que mais me aborrece, o que realmente me consome, é essa mão cheia de gente que faz uma apologia contra o uso de máscara, numa quase atitude de megalomania. Ás vezes acho que a raça humana, enquanto raça em desenvolvimento, merece o que está a acontecer.

Como quando interrompemos um carreiro de formigas, para as afastar. Se não tomarmos mais precauções, logo logo elas terão refeito a rota. É claramente a teimosia que nos leva. Só não sei se com atraso, se com adianto.

(...)

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