Foi feito pela minha filha Maria, aos quatro anos. É uma preta triste e forte. Bucólica, desleixada, iluminada por dentro. Uma mãe alerta em vésperas de lágrimas, pouco alegre, cheia de amor. Lábios grossos, nariz e olhos marcados. Flores mortas, mas flores.
Suspeito que o pai dela acha este retrato terrivelmente feio, porque eu quis colocar na parede junto aos nossos retratos de família e ele fez marcada resistência.
É a coisa mais bonita que eu já ganhei. Eu vista pelos olhos da minha Maria, eu a sentir uma coisa tão simples e rara: que pela primeira vez alguém me consegue ver exactamente como eu sou.
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