Conversas comigo mesma

Tenho muitas saudades do Nelo, muitas muitas. E tenho o coração suspenso pela Cristina.

As nossas pessoas nunca deviam ir embora de nós. Quem diz que não vão, mente ou não sabe. O que fica são só as memórias e as saudades. Sempre que passo em frente ao Hospital aquele muro onde estivemos sentados à conversa um dia, faz-me estremecer. É como se ao partir alguém nosso, a nossa própria vida fragmentasse. Há um antes e um depois; e nunca mais nada será igual.

Ele ainda cá estava em Dezembro, partiu logo a seguir. Ela ainda cá está.

Há tanto sofrimento, tanta gente doente, tão doente que não consegue sequer urinar ou defecar como coisa banal. Tanta gente que luta e brilha mesmo quando já está desenganada pelos médicos. É por isso que sei que peco todas as vezes que me permito ser pequenina e fazer birras e amuar com a vida.

Ser alegre alegre, não é da minha natureza. Mas eu devo procurar estar bem. Porque Deus deu-me a benção de poder desfrutar o hoje, sem dores, com oportunidades. Todos os dias ao acordar devemos escolher a alegria; toda a que formos capazes de sentir, de viver e partilhar.

Porque vai chegar a nossa vez.

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