Dezembro a todo o vapor

O meu Amor fez anos: 47.

Gostava que todos os homens bons do mundo fossem tão amados como é o meu Luís. Ele é o meu melhor amigo, o meu companheiro, um amante maravilhoso, teimosinho como uma mula e uma espécie de tio patinhas em relação ao dinheiro, mas de resto é gato, é divertido, é meigo, é só assim o melhor pai que conheci na minha vida inteira e digo-vos que só essa característica já me faz a folha por completo. Ele é a minha identidade por dentro, sinto que lhe pertenço para sempre. Não somos casados, somos namorados. Doa a quem doer.

A minha mãe também fez anos: 64.

Ela é a minha única referência, antes da chegada do Luís. Zangamo-nos algumas vezes, tem um feitio difícil e eu também. Mas sei com a certeza absoluta que em alguns momentos muito particulares, ninguém me amou como ela. É bonita, é dramática, é corajosa. É única. Descobriu agora que o tetravô era Conde.

(...)

A Maria acorda todos os dias com a mesma pergunta: é hoje o Natal? Respondo que não e avança para a pergunta seguinte: é amanhã que faço anos? Significa que vou ouvir uma pergunta mais 7 dias e a outra mais 32 dias. E é assim que começamos a crescer familiarizados com a ansiedade, essa tramada que faz tanta gente adoecer a sério.

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