Hoje acordei muito consciente. Do que quero, de quem sou, de tudo aquilo que realmente me prende à vida. Não faz grande sentido, a esta idade e a esta altura da vida, chorar sobre leite derramado. Há tanto pelo que viver: para a minha filha, para o meu trabalho, para mim mesma. Não aturo mais egos grandes nem falta de sensibilidade em questões básicas, não aturo mais a mínima falta de respeito ou consideração. Desenvolvi uma certa imunidade e naturalmente me fecho na presença desse tipo de comportamento. Acho que isso é crescer, e crescer é assim mesmo, dói mas é bom.
É tudo tão breve. Para quê perdermos tempo ou dedicarmo-nos tanto ao que definitivamente não encaixa no nosso mundo. Não quero chorar sozinha acompanhada, não preciso disso. Não quero precisar e ter que pedir. Não quero ter que explicar porquê que não aceito determinado comportamento, quero antes a sensibilidade de quem percebe porquê. Não quero fingir que está tudo bem.
Vou manter o respeito que me compete, em nome do amor à nossa filha; seria ridículo ignorar que teremos para sempre este projecto em comum. Não quero que nada de mal aconteça a um só fio de cabelo daquele que é o melhor amigo dela. No que eu puder colaborar, em nome do que foi a nossa história, farei de boa vontade. Mas eu avisei um dia, que havia uma linha vermelha a não passar uma segunda vez. Chegados aqui, que dizer. Que está tudo bem. Estou serena. Que cada um seja feliz nas suas escolhas e posturas escolhidas para a vida.
Estou tão magoada que é mesmo sozinha que quero estar agora. Daqui para a frente, só pode correr melhor.
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