Sobre a nossa insignificância e finitude


Sobre a nossa grandeza também.
Num tempo de muita tristeza, de um cheiro a guerra e a pavor, num contraste absurdo tanta gente continua a viver centrada no próprio umbigo. É o mundo do dinheiro e do poder que finge que não se acagaça. É a era dos colecionadores do nada. É a proliferação desmesurada dos não amantes da vida profundamente enamorados de si mesmos. Num mundo cada vez mais egocêntrico e megalómano, ser gentil, ser educado, ser tolerante, ser simpático, ser igual, são as primeiras coisas que quero ensinar á minha filha. Quanto menos há, mais urgente é cultivar. Devo cuidar para que as minhas palavras sejam também os meus gestos, essa é a única forma de ensinar. Nas actuais ameaças que o mundo sofre, talvez o nosso amor e a forma como tratamos os outros, seja a única coisa que realmente nos distingue.
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