A minha filha completou sete meses, e a cada segundo o meu coração ganha dimensões novas para caber cá dentro tudo o que sinto por Ela. Ela, a minha Pessoa preferida no mundo inteiro.
Trabalhei seis dias seguidos, com considerável intensidade. Uma espécie de prova de fogo perante os dez quilos que ainda quero perder. Trabalhar faz bem. Faz o tempo passar, sana o pensamento, devolve-nos a uma certa orientação. Por mais cansada que me sinta, trabalhar faz bem.
Continuo a nem sempre saber proteger-me das energias alheias. Continuo a ficar muito sentida com coisas pequenas, com coisas passadas. Continuo a querer fazer o mundo dos outros mais fácil, mesmo quando sei que o meu vai ficar mais difícil. Continuo a esconder quando fico profundamente triste ou decepcionada.
Tenho-me lembrado de coisas parvas estes dias. Encontrei uma conhecida no supermercado, mãe recente de gémeas. Sobre a médica lhe ter falado em depressão pós-parto, dizia-me em tom tão despachado Eu?! Não tenho sequer tempo para essas coisas! Como se fosse imune, como se fosse superior, bem superior, a toda essa cambada de mulheres caprichosas e desocupadas. Talvez eu seja uma delas.
Chegaram os primeiros abençoados dias de chuva. Tão bom. Como banhar-me por dentro.
(...)
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