Ás vezes, sozinha comigo mesma, tenho medo. Por causa de um fundo muito fundo, triste e vazio, que visito sem perceber. Quando dou por ela já sinto o frio na alma. Acompanhado de um cansaço enorme, que me obriga a arrastar pelos dias e a sobreviver às escondidas.
Nesta altura do ano, custa mais um bocadinho. Meu aniversário, Natal, viragem do ano. Fico sem forças para disfarçar a tempo inteiro a minha falta de fôlego para tantos sorrisos.
Não me apetece nada, não me apetece ninguém, de todas as tantas coisas que um dia quis muito e que sonhei tanto. É só viver os dias todos uns atrás dos outros, iguaizinhos, a rezar muito para que nada falhe.
(...)
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