Oração para 2024

Light

 

Janeiro, desde a janela da nossa cozinha

 


Porto

 

Uma cidade que cresce sem vergonha. Sem pudor. Doa a quem doer. Mesmo que as costuras rebentem e alguém fique nú.

Sobre Janeiro

Aquele mês que parece longo demais, frio demais, slowdown demais.

No entanto aquele mês, para sempre, em que comemoro o facto de ter tido a sorte de me ter tornado mãe. O mês em que percebemos a enorme esperança dos dias a crescer. O mês em que descubro a Primavera instalada nos meus vasos de plantas. O mês em que aparecem nos céus os primeiros laivos de cor laranja e rosa. Mês em que regressam alguns pássaros. Muitas laranjas e tangerinas, já há morangos doces!

Ainda não arrumei a casa, nem fiz reset a alguma tralha do ano que passou. E em algum momento vou precisar de o fazer para aliviar alguma carga que não me ajuda a avançar. Confesso que ando meio tristonha e pesada cá dentro: o mundo está estranho demais e a vibração assusta. Muito respeito. 

Mas apesar de tudo, das guerras, das mortes, das violações, das máscaras e dos vírus, pressinto que vai ser um ano bom para o meu muito restrito núcleo duro. Deve ser porque acredito sempre e muito nos planos de Deus.

Janeiro. Mês perfeito para aprendizagens e crescimento.

4

4 anos de ti. 4 anos de Maria nas nossas vidas. 4 anos cheios de um Amor maior que nunca vos vou conseguir contar.

Levantei-me às 5h da madrugada para um turno longo de trabalho no Hospital. Beijei-a enquanto dormia, e afaguei os pés à imagem da Virgem Maria que tenho no quarto. Só vou poder abraçar a minha menina no final da tarde. Mas ser mãe é isso mesmo, movermos céus e terra pelos filhos, e conseguirmos estar sempre com eles mesmo quando não estamos.

Tudo é mágico e perfeito contigo filha, mesmo as birras e os cocós. Terás para sempre alguém para partilhar o bem e o mal.

E eu pergunto, em consciência: existiu realmente o antes de ti?

(...)

Ultimo dia dos teus três anos

 


Um capitulo enorme da nossa história de Amor, filha. Um ano inteiro a fazeres-nos felizes todos os dias. Um ano de imensas conquistas, do vincar de uma personalidade vibrante. O ano em que já contas até dez em inglês, e sabes as cores todas numa pronuncia invejável. O ano em que me fizeste perguntas que me impressionaram a sério miúda: sobre a morte, sobre a anatomia sexual. Já tinha ouvido falar em crianças Índigo, acho mesmo que tu és uma dessas crianças. O ano em que definiste um circulo à volta das primeiras melhores amigas, aquelas que tu escolheste. O ano em que começaste a querer ajudar nas tarefas de casa. O ano em que todos dizem que já deves dormir sozinha e deixar a pé definitivamente, menos eu. Um ano de muitos episódios da Bluey. De puzzles de 50 peças feitos sozinha. Um ano em que fomos tão Amigas e nos abraçamos e beijamos vezes de perder a conta. O ano em que olho para ti e de repente já me dás pela cintura. Em que definitivamente detestas gorros e luvas e adoras morangos e kiwis e o prato que comes melhor é sempre peixe e sopa.
És simplesmente especial Maria. Uma Luz, uma força. Obrigada pelo Amor imenso que nunca mais me faltou desde o dia em que nasceste.