Expressão da minha terra que significa coisas tão diferentes e opostas como repugnância, enfado, surpresa, alegria, alivio, espanto. Expressão que me lembra a minha avó e me une à minha África-berço que não conheço. Uma palavra inteligente, que obriga a interpretar por inteiro a frase, incluindo a entoação e o sorriso ou a interrogação que dela fazem parte.
Tenho-me questionado nos últimos dias se pode alguém a mais de meia vida vivida, fazer um reset em quase tudo o que está para trás. As nossas raízes, a nossa história, às vezes deixam de fazer sentido. É o peso da bagagem que define se ela é boa ou má, e eu juro que não aguento mais carregar vazios alheios, demasiado pesados.
Pessoas sem alegria, sem amor, sem bondade.
Não.
Less is more
O melhor Verão de todos
É este. O que nos é dado viver agora. Com o nosso mar perto de casa, com a coragem de lhe enfrentar todas as nortadas, com a valentia do pai da Maria que apostou tudo em mostrar à filha como vale a pena fazer férias cá dentro.
Eu sinto-me a leste. A leste do Verão, das férias grandes da minha filha, daquela coisa boa de risos altos, gelados, sal na pele e sol na alma. Ando tão cansada que é só isso, arrasto-me por este Agosto interminável.
Mas gosto tanto, gosto mesmo que eles sejam felizes assim: com o que têm; sobretudo com o facto de terem um ao outro.
De resto somos tão felizes os três a partilhar uma taça de cubos frescos de melão:
"nós somos casa, bagunça e viagem para o resto da vida"
Somos mesmo.