Tenho-me questionado nos últimos dias se pode alguém a mais de meia vida vivida, fazer um reset em quase tudo o que está para trás. As nossas raízes, a nossa história, às vezes deixam de fazer sentido. É o peso da bagagem que define se ela é boa ou má, e eu juro que não aguento mais carregar vazios alheios, demasiado pesados.

Pessoas sem alegria, sem amor, sem bondade.

Não.

Less is more






Duas horas de céu azul, sol, sal e mar. Na companhia das minhas duas pessoas preferidas no mundo inteiro, para sempre, por todas as vidas.
É assim que gravamos o Verão na alma, e o levamos connosco para onde formos.

Sobre o lado B da vida

Gente assim

O melhor Verão de todos

É este. O que nos é dado viver agora. Com o nosso mar perto de casa, com a coragem de lhe enfrentar todas as nortadas, com a valentia do pai da Maria que apostou tudo em mostrar à filha como vale a pena fazer férias cá dentro.

Eu sinto-me a leste. A leste do Verão, das férias grandes da minha filha, daquela coisa boa de risos altos, gelados, sal na pele e sol na alma. Ando tão cansada que é só isso, arrasto-me por este Agosto interminável.

Mas gosto tanto, gosto mesmo que eles sejam felizes assim: com o que têm; sobretudo com o facto de terem um ao outro.

De resto somos tão felizes os três a partilhar uma taça de cubos frescos de melão: 

"nós somos casa, bagunça e viagem para o resto da vida" 

Somos mesmo.

 


Os dias tem acontecido sem grandes atribulações. Trabalho, sujeição, sempre muitos porquês que coloco a mim mesma, pausas para gratidão, tempo para perceber o quase impercetível Outono que já se instalou (chega sempre antes do mês de Agosto) e para olhar o futuro a pensar no que realmente precisamos.
Não precisamos de muita coisa. Gostava de conseguir horário para ir buscar a minha filha todos os dias, nem que ela seja a ultima criança a sair do colégio. Gostava de encontrar ritmo e sentir-me confortada de sonos. Gostava de continuar na minha simplicidade, e na minha paz. De respeitar sempre o desrespeito dos outros - cada um dá o que tem dentro no momento e nenhum de nós é soberano no julgamento. Gostava de ler mais e de brincar mais com a Maria. De dormir noites frias abraçada ao meu Luís. 
Tenho estado ausente de todos, menos de nós. Deus sabe que não tenho tido capacidade para mais.

JMJ 2023

 

Fátima - interior do Santuário

Comove-me - e há-de comover-me sempre - a Fé nos jovens.