Sinto-me de regresso

Não sei de onde, mas de muito muito longe. De algum lugar espiritual mais dentro, onde tenho estado em guerra comigo mesma.

Têm sido dias, semanas, de gotas de água a fazerem transbordar o copo. Sei que sou eu desta vez, quem não está a saber viver com sabedoria e gratidão. Vivo constantemente exausta e com esta sensação de asfixia, sempre sem tempo para nada e a lidar muito mal com isso. Sempre a sentir-me em falta por não poder atender a tudo e a todos. Intragável para quem tem que conviver comigo. Talvez seja altura de crescer, e de me por a mim e a eles os dois, em primeiro lugar para sempre. Talvez não seja tão importante responder às mensagens dos amigos ou ter tempo para eles; talvez deva assumir que me aborrece solenemente gastar horas inteiras ao telefone a ouvir a minha mãe falar-me da vida dos meus irmãos; e talvez isso e mais quatro coisas sejam só mais uma aprendizagem tardia mas importante. A verdade é que tenho saúde, tenho emprego e tenho o mais importante: a Maria e o Luís. Todas as circunstâncias ao redor, tenho que aprender a minimizar. 

De resto preciso de dormir manhãs inteiras e esquecer compromissos. De estar sozinha e em silêncio. De ler. De cozinhar com amor para a minha gente cá de casa. De voltar às massagens e às caminhadas. É um tempo meu que não volta mais.

Aliviar a minha bagagem; preocupar-me um bocadinho menos com os outros. Não me preocupar de todo, se for preciso.

(...)

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