Aquele vulcão em Canárias. Nunca saberei explicar a ninguém o quanto eu adoro o Timanfaya em Lanzarote e o ar que se respira em terras vulcânicas. O quanto eu me identifico com tamanha proximidade às forças mais pulsantes da natureza, o quanto eu realmente compreendo aquela gente que apesar do risco escolhe e ama viver ali, no sopé de montanhas que guardam fogo dentro. O quanto para sempre, fiquei a pertencer a Fuerteventura como se ali tivesse nascido. Ao mesmo tempo uma tristeza grande e velas acesas por toda aquela gente que perdeu tudo. Por mais que sejam tudo só coisas, que o são. Mas nós não sabemos disso até que se viva dias assim. Vivemos para casas e carros, e um dia tudo o vento levou. Pensar que vizinhos da ilha ao lado pagam quinhentos euros para ir e vir, só para espreitar ao vivo o vulcão em erupção, e outros lá apenas com a roupa do corpo e sem perspectivas. Pensar que uns oferecem casas a quem perdeu tudo e outros in loco aproveitam para aumentar o aluguer das casas. É nesta disparidade gritante que o comportamento humano indicia que temos sempre muito a crescer e a aprender com todas as lições que a natureza nos dá. Por mais doloroso que seja. / E de resto o medo imenso porque os meus pais vivem ali ao lado. E dentro de dias viajamos para os visitar.
Mais uma amiga que perdeu a mãe. Palavras para quê. A dor quando é assim grande, transforma todos os conceitos e perspectivas. É ao mesmo tempo, a morte e o fim da vida, a marcarem inexoravelmente um definitivo nosso para lá da idade adulta. Um lugar que nem tem nome, para o qual nunca ninguém nos soube preparar.
As eleições. Sair do trabalho, exausta pelos dias e pela vida, e ir numa corrida votar, já na curva final da tarde. Porque ainda acho que não há outro caminho, e porque tenho - felizmente - as minhas opções de voto muito bem definidas. Um apelo a quem quer que ganhe: por favor não continuem a fazer vista grossa ao problema dos sem-abrigo nesta cidade. É muito grave, e muito triste. E resolvam sem demora o trânsito caótico numa cidade tão pequena; torna-se saturante começar e terminar os dias com tanto stress.
Uns picos baixos de energia que me andam a preocupar. Como uma bateria que pisca e já não vamos a tempo: ando a viver esta sensação no meu corpo duas vezes por dia. Carradas de açúcar e seja o que Deus quiser. Alem disso, só sérias suspeitas de uma menopausa muito precoce.
And the last but not the least: o colégio da Maria. Tem sido uma boa surpresa. É mesmo boa a sensação de termos acertado, especialmente no que diz respeito aos nossos filhos.
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