Descobri que tenho um agressor na minha árvore genealógica, o meu pai biológico. Bateu na minha mãe desde os quatro meses na minha gravidez. Cossas violentas sem sequer haver ponta do novelo; batia só porque sim, como tantos outros que por esse mundo agridem. A minha mãe conseguiu contar-me agora, que sou mulher já mãe, agora que tenho as minhas opções mais que definidas, nas quais ele definitivamente não tem lugar.
Caramba, a minha mãe! Ela que sempre foi uma mulher tão valente. Como foi capaz de perdoar uma e outra vez? Comer e calar nunca foi uma faceta que lhe associasse. Dá que pensar no medo por detrás do silêncio das vitimas.
A ele não tenho nada para perdoar. Reservo-me o direito a escolher quem quero que pertença à minha vida e por consequência à vida da minha filha.
Life goes on.
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